1 Não existe mal em possuir o dinheiro. O mal decorre da invigilância, quando permitimos na Terra que o dinheiro nos possua.
2 A fortuna é responsabilidade.
3 A moeda é instrumento.
4 Certo que o ouro transviado garante furna brilhante ao vício; contudo, não é menos certo que o ouro dignamente conduzido assegura pouso à atividade edificante.
5 A finança que patrocina os excessos da mesa é igual àquela outra que se faz pão em socorro dos companheiros que enlanguescem de fome.
6 Recursos materiais que favorecem o mercado de entorpecentes, são aqueles mesmos que alimentam a forja bendita da indústria.
7 Orientemos o dinheiro na direção da caridade e se transfigurará ele em sementeira de bênçãos. Empreguemos simples migalha de que possamos dispor, em benefício dos semelhantes e verificaremos que alguns cruzeiros ( † ) realizam vasta lavoura de simpatia e cooperação que os mais alentados créditos bancários não conseguiriam comprar.
8 Observemos a fonte que espalha os tesouros da natureza. Se prossegue no curso traçado, será sempre a base da vida, mas se frustrada na tarefa que lhe cabe cumprir, gera o pântano, que canaliza a morte.
9 Dinheiro será sempre um agente do bem para que o mal desapareça da Terra. O essencial é que venhamos a utilizá-lo a serviço do próximo, na direção da felicidade de todos.
10 À vista disso, se podes amparar alguém com o dinheiro que te foi confiado, não adies para amanhã o trabalho de fraternidade que pretendes fazer.
Auxilia hoje.
André Luiz
(Centro Espírita Amor e Luz — Matosinho, MG. 10.07.1963)