1 Perguntas, muitas vezes, de alma dolorida,
Ante as tribulações e os empeços da vida,
Que caminho tomar…
E surge tanta dor, sem que percebas de onde
Que ouves somente a fé que te apoia e responde:
Trabalhar, trabalhar…
2 Entretanto, não chores, nem te aflijas,
A senda do progresso é de calçadas rijas,
Duras de atravessar.
Esquece-te, prossegue e ouvirás com certeza
A mensagem de luz da natureza:
Trabalhar, trabalhar…
3 Fita o machado bronco e o mato inculto,
Cada golpe no campo lembra insulto
Mas, no mesmo lugar,
O lavrador amigo e diligente
Traz ao solo o convite da semente:
Trabalhar, trabalhar…
4 Dizem que toda fonte estimaria
Viver centralizada na harmonia
Da nascente a sonhar,
No entanto, a lei lhe pede olvidar-se, de todo.
E ela corre cantando, ao varar pedra e lodo:
Trabalhar, trabalhar…
5 Tudo seria mágoa e tristeza no mundo,
Se a vida persistisse em descanso infecundo,
Dramatizando treva, amargura, pesar…
Por isso, cada noite espera novo dia
E o Sol brada no Azul a canção da alegria:
Trabalhar, trabalhar…
6 Assim também, alma querida, escuta:
Quem se consagra ao bem, quem constrói e quem luta,
Procurando o melhor a servir e esperar,
Bendiz todas as provas, ao vencê-las,
Ouvindo a voz dos Céus, através das estrelas:
Trabalhar, trabalhar…
Maria Dolores
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