1 Também eu, mísero espectro das dores
No escafandro das células cativas,
Não encontrei a luz das forças vivas,
Apesar de ingentíssimos labores.
2 Bem distante das causas positivas,
Na visão dos micróbios destruidores,
Senti somente angústias e estertores,
No turbilhão das sombras negativas.
3 Foi preciso «morrer» no campo inglório,
Para encontrar esse laboratório
De beleza, verdade e transformismo!
4 A Ciência sincera é grande e augusta,
Mas só a Fé, na estrada eterna e justa,
Tem a chave do Céu, vencendo o abismo!…
Augusto dos Anjos
|