O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Luz no caminho — Emmanuel


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O problema da mediunidade

1 Meus caros amigos, muita paz vos desejo.

2 O terreno da mediunidade apresenta os campos mais diversos de ação.

3 Forçosamente, tereis notado que as expressões fenomênicas do Espiritismo vão cedendo ao esforço de ordem doutrinária, dentro das novas ilações religiosas e morais, na restauração dos princípios evangélicos às luzes do Consolador, mesmo porque outra não era a finalidade dos grandes acontecimentos mediúnicos, em suas experiências materiais e tangíveis, senão essa, elevada e sublime, de convocar todos os Espíritos encarnados para a doce filosofia da fé, em sua eternidade vitoriosa.


4 Todas as expressões religiosas estavam obscurecidas pela demagogia inconsciente e desesperada do século XIX.


5 As igrejas fechavam as suas portas desalentadas e frias, enquanto as multidões, ávidas de conhecimento, se apoiavam nos postulados positivistas para os seus novos surtos de progresso.

6 As ilusões da fé aviltada pelos maus sacerdotes, não podiam satisfazer o intelectualismo da época, sendo, desse modo, imprescindível a manifestação direta das energias do Além-Túmulo, concitando os estudiosos de todos os matizes a uma nova análise geral das velhas doutrinas, de modo que o raciocínio humano pudesse sondar a fé com o escalpelo de sua razão.


7 Surgiram dessa maneira os fenômenos impressionantes, aptos a empolgarem o aparelho sensorial das criaturas mergulhadas na descrença e no materialismo, mas, haveis de convir conosco em que essa fase passou.


8 Os grandes véus do sepulcro foram levantados por experimentadores, tendo ficado a profunda lição, como se o Céu, desejoso de salvar o patrimônio das crenças terrestres, houvesse deliberado salvar do naufrágio as antigas concepções doutrinárias do mundo com o esforço abençoado do Consolador, que é o Espiritismo.


9 Assim, então, meus amigos, ficou para a civilização esse sublimado reajustamento de suas energias morais mais santas e mais profundas, ficando para nós outros a oficina grandiosa do esforço em favor de quantos necessitam da misericórdia do Pai Celestial.


10 Os fenômenos tangíveis conduziram o entendimento humano ao campo das eternas realizações com Jesus-Cristo, o Verbo de Luz do princípio…


11 A semeadura, portanto, é imensa. Sem examinarmos a sua complexidade, dentro de suas características educativas, caminhemos para a frente e para o alto, conscientes de que o Mestre Divino é o Senhor da Seara e o Jardineiro Divino de todos os corações da Terra.


12 Dentro desse campo infinito de trabalho e realização, cada qual tem a sua tarefa e, em graus diversificados, todos os trabalhadores são médiuns do bem e da misericórdia do Divino Mestre.


13 E o grande imperativo do serviço divino é que cada um de vós outros sejais não somente um canal para a consolação ou para o esclarecimento de outrem, mas, reservatório desse conforto bem-aventurado pela fé e pela esperança, porque, represando em vós mesmos essa força divina, podereis beneficiar todos os operários do mesmo esforço, sem desfalcardes a provisão de vossos bens espirituais.


14 A mediunidade, portanto, caminha, cada vez mais, para o terreno das realizações lidimamente espirituais, sendo justo, assim, que a nossa irmã prossiga em seus afazeres, aguardando novas expressões de desenvolvimento.

15 Os melhores médiuns não são aqueles portadores das mais ricas faculdades, mas sim, aqueles que sabem guardar a lição do Mestre no coração, transformando-a em pensamentos, em palavras e em obras do amor.

16 Estes são aqueles aos quais se referia Jesus, como: “QUE CONHECEM A VONTADE DO PAI E A PÕEM EM PRÁTICA.” ( † )


17 Esperemos, então, que os nossos amigos sigam o mesmo caminho de nobres realizações na oficina evangélica de Campos.


Emmanuel



(Página dirigida a um grupo de amigos de Campos, RJ., solicitantes de uma mensagem, em 16-2-1936.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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