1 Dos martírios da cruz, das suas dores,
O Senhor da Verdade, há dois mil anos,
Derrama a luz nos corações humanos
E lhes clareia a senda de amargores.
2 É da cruz, dos seus dúlcidos arcanos,
Que Ele ampara e consola os pecadores.
Aluviões de seres sofredores,
Nas estradas de espinhos e de enganos.
3 — Perdoa-lhes, meu Pai!… — ainda se escuta
No deserto de pedra áspera e bruta
Do Calvário — a coroa dos seus atos!
4 Mas no mundo de carne e sombras mudas,
Vê-se o interesse triste de outros Judas,
E os preconceitos frios dos Pilatos.
Casimiro Cunha
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