1 Desses misteriosíssimos assentos
Onde a morte mirífica nos leva,
Contemplamos o cárcere de treva,
Onde vivem os lobos famulentos.
2 Ei-los, em golpes rudes e violentos,
Desde a hora tristíssima e primeva
De traição e de dor de Adão e Eva
Sobre o mundo de sangue e de excrementos.
3 Abaixo os sonhos da “toga pretexta”
Que a Terra tem somente a última besta,
Vivendo o imperativo do mais forte;
4 Mundo, onde toda a luz se desagrega
E onde uma humanidade surda e cega
Procura, em ruínas, sua própria morte.
Augusto dos Anjos
|