“E levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois, os vejo como árvores que andam.” — (Marcos 8.24)
1 O cego de Bethsaida, retomando os dons sagrados da vista, proferiu observações de grande interesse.
Sua comparação é das mais belas.
2 O reino das árvores apresenta silenciosas mensagens aos que saibam ouvi-lo.
Qual acontece, no caminho das criaturas, existem árvores de todos os feitios.
3 Veem-se as que se cobrem apenas de ramos farfalhados à maneira dos homens palavrosos; 4 as tortuosas, copiando os seres indecisos, ensaiando passos para o ingresso nas estradas retilíneas; 5 as de tronco espinhoso, imitando os Espíritos mais ásperos e ainda envenenados; 6 as frutíferas que auxiliam carinhosamente as criaturas, não obstante os golpes e incompreensões recebidos, dando a ideia das almas santificadas, que servem ao Bem e à Verdade, no silêncio divino.
7 Nessa flora, como os seres ignorantes e grosseiros que ainda não chegaram a ser homens espirituais, não obstante a sua forma física, existem igualmente as plantas invasoras e parasitárias que não chegaram a ser árvores, apesar da forma verde de suas folhas.
8 Quem não terá visto, alguma vez, a erva daninha, tentando sufocar a laranjeira, imitando as lutas da estrada humana?
9 Quem não terá observado a trepadeira fascinante, florindo na coroa de uma árvore centenária, dando a impressão de ser tão alta e de tronco tão robusto, quanto ela?
10 Que homem não terá reconhecido o ataque das plantas minúsculas que costumam esconder as estradas e invadir as propriedades ao abandono?
11 O plano dos vegetais oferece às criaturas lições de profundo valor.
12 Se já podes ver, como aquele cego feliz de Bethsaida, procura ser um elemento útil e digno, entre as árvores que andam.
Emmanuel