“Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.” — Paulo (Romanos 1.14)
1 De que natureza seria o débito de Paulo quando sabemos que o doutor dos gentios foi humilde tecelão para ganhar o sustento próprio até o fim de sua passagem apostólica, sem ser pesado a ninguém?
2 Sua afirmativa, no entanto, constitui lição de elevada substância para todos os Espíritos que receberam alguma cousa das verdades poderosas e eternas.
3 Quem alcançou a felicidade de compreender o ensinamento do Cristo ou de seus emissários recebe um sagrado depósito em valores imortais.
4 E é justo que quem saiba se constitua em devedor de quem ignora, quem tenha se reconheça como devedor de quem não possua.
5 No ato de ensinar ou de proporcionar reside, porém, uma das grandes situações desse mecanismo de realização do pagamento.
6 Ninguém aprenderá entre irritações, nem aproveitará quando a dádiva favoreça os desvios da consciência.
7 O cristão sincero, portanto, encontrará um meio de convencer sem muitas discussões e um recurso para beneficiar a outrem sem a cooperação mecânica das possibilidades financeiras, de modo absoluto.
8 A palavra do amigo do gentilismo renova os conceitos de luta das convicções.
9 Dentro de seu quadro, Nero não mais seria apontado como perseguidor dos mártires, mas como necessitado da luz que os mártires cristãos possuíam.
10 Esta é uma consoladora verdade que encherá a alma dos aprendizes fiéis de compreensões generosas.
11 Quando encontres alguém no mundo, com os títulos de ignorante ou de sábio da Terra, que te assalte com ironias, faze-lhe algum bem, por amor a Cristo, saldando a tua dívida.
12 E além de tudo, considera a tua felicidade, porque podes seguir para Jesus, enquanto o infeliz ainda permanece no mundo da sombra.
Emmanuel