O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Livro da Esperança — Emmanuel


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Tais quais somos

“Nem todo o que me diz: Senhor! Senhor! entrará no Reino dos Céus mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus.” — JESUS — Mateus, 7.21.


“Será bastante trazer a libré do Senhor para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: Sou cristão, para que alguém seja um seguidor de Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras.” — Cap. XVIII, 16


1 Declaras-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria, entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.

2 Deitas aflitivo olhar para fora e, frequentemente, cobiças sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas lamentações.


*


3 “Se eu contasse com mais saúde…” — alegas em tom amargo.
Em corpos enfermos, todavia, há Espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.


4 “Se eu conseguisse um diploma distinto…” — afirmas com menosprezo a ti próprio.
Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho às conquistas superiores.


5 “Se eu tivesse dinheiro…” — reclamas, triste.
Mas esqueces-te de que é possível socorrer o doente e abençoar o próximo, sem acessórios amoedados.


6 “Se eu possuísse mais cultura…” — asseveras, mostrando verbo desapontado.
E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades, sem começos laboriosos e sem ásperas disciplinas.


7 “Se eu alcançasse companheiros melhores…” — dizes, subestimando o próprio valor.
Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos-problemas e os parentes complicados, os colaboradores incipientes e os amigos incompletos são motivos preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior.


*


8 Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais quais somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.

9 Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós. ( † )

10 Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros. Para superar as dificuldades e empeços de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.


Emmanuel



(Reformador, fevereiro de 1963, p. 40)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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