“Entrai pela porta estreita porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que entram por ela.” — JESUS — Mateus, 7.13.
“Larga é a porta da perdição porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal.” — Cap. XVIII, 5
1 Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos de que te nutres, mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a dificuldade é invencível.
2 Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por toda parte, no entanto…
3 O pão que consomes é o resumo de numerosas obrigações que começaram no cultivo do solo; a vestimenta que te agasalha é o remate de longas tarefas iniciadas de longe com o preparo do fio; 4 o lar que te acolhe foi argamassado com o suor dos que se uniram ao levantá-lo; a escola que te revela a cultura guarda a renunciação de quantos se consagram ao ministério do ensino; 5 o livro que te instrui custou a vigília dos que sofreram para fixar, em caracteres humanos, o clarão das ideias nobres; 6 a oficina que te assegura a subsistência encerra o concurso dos seareiros do bem, a favor do progresso; 7 o remédio que te alivia é o produto das atividades conjugadas de muita gente.
8 Animais que te auxiliam, fontes que te refrigeram, vegetais que te abençoam e objetos que te atendem, submetem-se a constantes adaptações e readaptações para que te possam servir.
9 Se aspiras, desse modo, à realização do teu alto destino, não desdenhes lutar, a fim de obtê-lo.
10 Na forja da vida, nada se faz sem trabalho e nada se consegue de bom sem apoio no próprio sacrifício.
11 Se queres, na sombra do vale, exaltar o tope do monte, basta contemplar-lhe a grandeza, mas se te dispões a comungar-lhe o fulgor solar na beleza do cimo, será preciso usar a cabeça que carregas nos ombros, sentir com a própria alma, mover os pés em que te susténs e agir com as próprias mãos.
Emmanuel