O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Leis de amor — Emmanuel — F. C. Xavier / Waldo Vieira


IV

Divórcio — Suicídio — Aborto

1. — Compreendendo-se que muitos casamentos resultam em uniões infelizes e, às vezes, até mesmo profundamente antipáticas, induzindo os cônjuges ao divórcio, como interpretar a fase de atração recíproca, repleta de alegria e esperança, que caracterizou o namoro e o noivado?

Qualquer pessoa que aspire a um título elevado passa pela fase de encantamento. Esfalfa-se o professor pela ascensão à cátedra. Conseguido o certificado de competência, é imperioso entregar-se ao estudo incessante para atender às exigências do magistério.

Esforça-se o acadêmico pela conquista do diploma que lhe autorize o exercício da profissão liberal. Laureado pela distinção, sente-se compelido a trabalho infatigável, de modo a sustentar-se na respeitabilidade em que anela viver.

Assim também o matrimônio.


2. — Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?

O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem as obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros e desacertos.

Fácil, dessa forma, reconhecer que todas as dificuldades domésticas são empeços, trazidos por nós próprios, das existências passadas.


3. — De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso?

Marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira.


4. — E a esposa desequilibrada?

Esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e à viciação.


5. — Quem são os filhos-problemas?

Filhos-problemas são aqueles mesmos Espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos.


6. — Qual a função essencial do lar e da família?

No cadinho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e as tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem.


7. — Como é encarado o divórcio nos Planos superiores do Espírito?

Não admitas o divórcio como sendo caminho salvador quando lutas se agravem. Ninguém colhe flores do plantio de pedras.

Só o tempo consegue dissipar as sombras que amontoamos com o tempo. Só o perdão incondicional apaga as ofensas; apenas o bem extingue o mal.


8. — Existem casos francamente insolvíveis nos casamentos desventurados; não será o divórcio o mal menor para evitar maiores males?

Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos surgem nos quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma no débito contraído.


9. — Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento, é melhor permanecer dentro delas?

Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.


10. — Quais são as piores consequências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas?

É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do Espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.


11. — Como é interpretado o aborto nos Planos superiores da Vida Espiritual?

O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitem, é um crime perante as leis de Deus.


12. — Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?

Praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnação de Espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o reconforto ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranquilidade pela solução de velhas contas.


13. — O aborto oferece consequências dolorosas especiais para as mães?

O aborto oferece igualmente funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivos processos de obsessão.


14. — E para os pais?

Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos azares e sombras da vida espiritual de Esferas inferiores.


15. — As criaturas que se suicidam, em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram?

Muitos Espíritos fracos, que por razões de infelicidade na afeição sexual atiram-se ao suicídio, encontram padecimentos gigantescos, como quem salta no escuro sobre precipícios de brasas, criando derivações de angústia para os causadores de semelhantes tragédias.


16. — Os casos de suicídio nas uniões carnais infelizes agravam provas em casamentos futuros?

Quantos violam a passagem da morte, crendo erroneamente alcançar o repouso, nada mais encontram senão suplício e desespero, a gerarem, no âmago de si mesmos, os pavorosos conflitos, que apenas as reencarnações regenerativas conseguem remediar.

Saibamos tolerar com paciência as provações que o mundo nos ofereça, criando o bem sobre todos os males que nos cheguem das existências que já vivemos, na convicção de que fugir ao dever, — por mais doloroso seja o dever que nos caiba, — será sempre abraçar o pior. Em quaisquer atribulações ou dificuldades, a nossa obrigação individual é fazer o melhor ao nosso alcance para que o bem triunfe.


17. — Que fazer para extinguir os males evidentes das ligações afetivas, inconsideradas e desditosas?

Em todos os departamentos da luta humana, os compromissos do passado reaparecem.

Indispensável revestir-se a alma de forças para vencer, em si mesma, os pontos vulneráveis que, em outro tempo, a fizeram cair.


18. — Qual a direção pessoal que devemos adotar para vencer os dissabores do lar infeliz?

Daí, o impositivo de evitar-se o divórcio, tanto quanto possível, e combater o aborto e o suicídio com todos os recursos de raciocínio e esclarecimento de que possamos dispor.

O divórcio adia o resgate.

O aborto complica o destino.

O suicídio agrava todos os sofrimentos.


Emmanuel




QUESTIONÁRIO

1. — Compreendendo-se que muitos casamentos resultam em uniões infelizes e, às vezes, até mesmo profundamente antipáticas, induzindo os cônjuges ao divórcio, como interpretar a fase de atração recíproca, repleta de alegria e esperança, que caracterizou o namoro e o noivado?
2. — Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?
3. — De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso?
4. — E a esposa desequilibrada?
5. — Quem são os filhos-problemas?
6. — Qual a função essencial do lar e da família?
7. — Como é encarado o divórcio nos planos superiores do espírito?
8. — Existem casos francamente insolvíveis nos casamentos desventurados; não será o divórcio o mal menor para evitar maiores males?
9. — Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento, é melhor permanecer dentro delas?
10. — Quais são as piores consequências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas?
11. — Como é interpretado o aborto nos planos superiores da Vida Espiritual?
12. — Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?
13. — O aborto oferece consequências dolorosas especiais para as mães?
14. — E para os pais?
15. — As criaturas que se suicidam, em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram?
16. — Os casos de suicídio nas uniões carnais infelizes agravam provas em casamentos futuros?
17. — Que fazer para extinguir os males evidentes das ligações afetivas, inconsideradas e desditosas?
18. — Qual a direção pessoal que devemos adotar para vencer os dissabores do lar infeliz?



(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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