1 Lembremo-nos de que Jesus, em nos prometendo a vinda do Consolador, ( † ) anunciava-nos, decerto, não a liberação milagrosa de nossos compromissos perante a Lei, mas sim a presença da luz que nos familiarizaria com a verdade.
2 E a verdade é que todos trazemos do pretérito obscuro certa herança de sombras que valem por dores difíceis de suportar na aflitiva liquidação de nossos erros.
3 Todos suplicamos, antes do aprendizado terreno, os elementos indispensáveis à própria restauração.
4 Aqui, é alguém que pede o cálice de moléstias amargas para a cura de complicados desequilíbrios do sentimento; 5 ali, é um coração que roga ensejos de entendimento e renúncia, em favor dos outros, para atender à recuperação de si mesmo; 6 enquanto que, mais além, há criaturas que imploram o reencontro com rudes adversários no reduto doméstico 7 e irmãos que insistem por deter provas ásperas, no campo social em que sofrerão, de retorno, as ondas de crueldade que arrojaram de si, no culto ominoso do egoísmo e da vaidade.
8 Todavia, quando no Plano Físico, recebendo os recursos por que suspiram, tocam a desvairar-se na inconformação e no desespero, recusando, desorientados, o remédio que disputaram, a benefício da própria vida.
9 Temos, no entanto, na atualidade da Terra, por acréscimo de Misericórdia Divina, o grande explicador no Espiritismo Cristão, que nos consola e esclarece. Descortinando-nos a causa das aflições que nos ferem, descerra-nos horizontes sempre mais belos, para que não nos percamos no vale da indecisão.
10 Assim como o lavrador recebe o arado para rasgar abençoado sulco no solo, tanto quanto o aprendiz recolhe a lição para aproveitá-la, saibamos encontrar na fé que nos ampara a força necessária para a justa solução de nossas dívidas, a fim de que tracemos renovado caminho que nos conduza em paz à vitória da luz.
Emmanuel