O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Luz bendita — Emmanuel — Depoimentos diversos


74

Mario Donato

No dia 12 de agosto de 1944, o famoso escritor Mario Donato publicou um artigo no “Estado de Sao Paulo” sobre as mensagens psicografadas por Chico Xavier, onde em certos trechos declara:

“Não posso admitir que um homem, por mais ilustrado que seja, consiga pastichar, tão magnificamente, autores como Humberto de Campos, Antero de Quental, Augusto dos Anjos, etc.…

Opto pela explicação sobrenatural, que não satisfaz a minha consciência é verdade, mas apazigua a minha humaníssima vaidade de literato. Pode lá um homem avultar tantos palmos, por suas próprias forças, sobre a cabeça dos demais? Pode lá plagiar, velozmente como o faz Chico, Humberto, Antero e outros do mesmo naipe, a quem não se pasticha, senão depois de larga experiência literária e trabalhosa noite de insônia? Não, absolutamente. É milagre. Coisas assim não podem ser senão milagre, puro milagre. Há qualquer intervenção sobre-humana no fato; não porque o diz o Chico Xavier, mas porque assim o exige a nossa arrogância.

Positivamente não aceito a autoria de Chico Xavier, e aceito a de Humberto de Campos, como a de Antero… e qualquer outro que, do lado de lá, tenha o mau gosto de praticar literatura. E creio que esta é a atitude mais humana, a mais condizente com a nossa falta de humildade. É milagre, e o milagre, não explicando nada, explica tudo.”

E conclui euforicamente:

“Pois se não admitirmos que o caso é milagroso, temos que levar o Chico Xavier à Academia Brasileira de Letras e, naturalmente, estamos mais dispostos a reconhecer-lhe amizades no céu que direitos literários ao Petit Trianon.

Ou se aceita Humberto subsistindo no outro mundo ou se aceita Chico Xavier valendo por Humberto e mais meia dúzia de cérebros arqui-privilegiados.” (O Estado de São Paulo — 12.8.1944)


Abrir