O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Luz bendita — Emmanuel — Depoimentos diversos


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O Confessor de Chico Xavier

Monsenhor Sebastião Scarzelli, Educador eminente. Orador sacro e venerando apóstolo da Igreja Católica Romana no Brasil.


O venerando sacerdote Monsenhor Sebastião Scarzelli, residente na cidade de Joinville, Santa Catarina, que completou noventa anos de batismo e setenta de sacerdócio, foi confessor do querido e famoso médium-psicógrafo Francisco Cândido Xavier. A propósito, o Sr. Waldemar Luz, tendo tomado conhecimento do fato pela biografia de Chico Xavier, escrita por Fred Jorge, entrevistou o virtuoso sacerdote, conforme se aprecia em artigo no jornal daquela cidade, “A Notícia”.

Como essa entrevista merece ser conhecida e divulgada, transcrevemos a seguir as palavras do respeitável sacerdote, dignas do maior crédito por procederem de um culto e amado ancião, professor universitário, e que se expressa com franqueza, isenção de ânimo e lealdade daqueles que evoluídos por uma longa, laboriosa e útil existência, já cumpriram a sua missão terrena e aguardam, com a serenidade dos justos, a hora que o Altíssimo o chamar.

Às interrogações do Sr. Waldemar Luz, assim se expressou Monsenhor Scarzelli:

— “Conheci muito bem Chico Xavier, quando vigário de Matozinhos, Minas Gerais. Era, então, em Pedro Leopoldo, município vizinho, balconista de um senhor Felizardo, comerciante abastado, e homem bastante estimado. A família de Chico era de bons costumes. Seu pai vendia bilhetes de loteria. Tinha predileção pelas boas palestras. Conheci também outros irmãos menores de Chico e sua segunda mãe. Constantemente procurava conversar, na venda do senhor José Felizardo com o seu pequeno empregado, por estimar vê-lo sempre preocupado no balcão do meu amigo, atendendo gentilmente a freguesia”… “Certa vez fui procurado pelo pai do menino, dizendo-me que Chico tinha algo na cabeça, certas visões que pareciam ser coisa do demônio. Pedi-lhe calma, informando-lhe que seu filho tinha grande devoção por Nossa Senhora, e, por isso, era defendido das influências demoníacas. Procurando ouvir de Chico o que o perturbava, informou-me que, nas comunhões que assistia nas missas notava certo resplendor nas hóstias dadas nos comungantes. Procurei, então, acalmá-lo dizendo que, pela sua devoção à Nossa Senhora, deveria continuar rezando para a cura das visões”…

— “Na minha opinião acho que Chico não mente subjetivamente, porque o julgo de boa formação moral e, no seu postulado, mantém-se com muita dignidade, pelo que peço a Deus que jamais penetre ale no campo comercialista. A referência feita ao meu nome na sua biografia é certa e, por isso, tenho grande satisfação, lembrando-me do tempo que convivi com a gente boa e piedosa daquele município, onde conto, felizmente, com muitos e dedicados amigos. Como vigário de Matozinhos, tive ali como em Pedro Leopoldo, distante daquela cidade poucos quilômetros, uma saudosa permanência, acompanhando e, às vezes, dirigindo, importantes campanhas de assistência social. Chico foi e é meu amigo. E nesta oportunidade envio uma saudação afetuosa àquela população, com o testemunho do meu apreço e estima”.

Monsenhor foi para Joinvile em 1930, tendo sido Vigário Geral da diocese durante trinta e cinco anos. Diplomado pela Escola Superior de Guerra, sócio fundador da Academia Joinvilense de Letras, é presidente honorário dos Professores Universitários e há longos anos professor no Colégio Normal Santos Anjos, Joinvile, que por suas organizações políticas, estudantis e religiosas, prestou-lhe imponente e popular homenagem natalícia, e tivemos a oportunidade de ouvir nessa ocasião a sua palavra lúcida e serena, embora comovida, lembrando ao padre moderno que sacerdócio e sacrifício sã palavras sinônimas”. (Vide no artigo anterior referências de F. C. Xavier ao monsenhor Sebastião Scarzelli) — (Lavoura e comércio — 29.4.1974)


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