O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Luz bendita — Emmanuel — Depoimentos diversos


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… Tanto em Pedro Leopoldo, como em Uberaba, Chico espiritualmente continua o mesmo …

Devemos ao professor Romeu de Campos Vergal nossa primeira visita a Pedro Leopoldo, cidade onde então residia Chico Xavier. O consagrado orador espírita e ilustre parlamentar, numa de suas idas a São José do Rio Preto, após uma palestra proferida no Centro Espírita Rodrigo Lobato, convidou-nos para integrarmos uma caravana que iria a Pedro Leopoldo. Aderimos ao convite, uma vez que desde a adolescência aspirávamos conhecer o médium — nascidos que fomos em lar espírita.

O Centro Espírita Luiz Gonzaga, tal como o conhecemos na noite de 14 de junho de 1948, era menor que o atual Grupo da Prece da cidade de Uberaba. Algumas paredes não se revestiam de reboco; a mesa e os bancos toscos de madeira não haviam recebido verniz e nenhum acabamento especial; mobiliário rústico e indispensável; um caixote à guisa de biblioteca fixado na parede. Nele se alinhavam várias obras recebidas pelo querido médium, como se elas representando as palhas humildes da manjedoura, encontrassem de novo o pensamento vivo de Jesus a traduzir-se no esforço de seus mensageiros que lhe restauravam o verbo. A humildade de Chico confundia-se com a simplicidade ambiente. Seu amor desvelado derramava paz e alegria em nosso favor. O recinto comportava perfeitamente a assembleia presente. Distante, muito distante nos encontrávamos do programa Pinga-Fogo, dos meios de comunicação da fase atual. Era o alvorecer de uma nova era.

Retornamos a Pedro Leopoldo, pela segunda vez, no início de julho de 1954. Mamãe havia regressado à vida espiritual, alguns meses antes. Embora a convicção espírita nos fortalecesse o coração e a sentíssemos em nova fase de experiências, um impulso espiritual nos impelia a buscar o médium. Fomos para abraçá-lo, pois conhecíamos a força do seu amor. Havíamos, no intervalo que medeia nossas duas viagens, trocado várias cartas, porém, desde o desencarne de mamãe nada havíamos escrito. Não buscávamos provas, pois nenhuma dúvida nos atormentava quanto aos problemas da imortalidade e comunicabilidade dos espíritos, mas há momentos que necessitamos do auxílio maior junto aos corações amigos. Chico conversou conosco mais de uma hora, antes de concentrar-se, narrando-nos com detalhes impressionantes tudo o que se relacionava com a doença de nossa mãe, os dias que esteve hospitalizada após a cirurgia, nossas preces e o intercâmbio de espíritos familiares e Benfeitores de nosso grupo com a equipe de Pedro Leopoldo:

Após dado momento, Chico nos diz: “Vocês conhecem o espírito Romeu de Ângelis?”

— Conhecemos, respondemos nós. É o Guia de nossa mãe. Prosseguindo, Chico torna a dizer: “Numa noite em que me encontrava psicografando, uns oito dias antes do desencarne de Dona Elvira, apareceu-me, pedindo socorro, o espírito Romeu de Ângelis, que me relatou tudo o que estava se passando com aquela irmã, internada no Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Assim, uma equipe de socorristas, comandada pelo espírito André Luiz, foi àquele local, dando-lhe assistência necessária até o seu desencarne.”

Como se observa, Chico nada sabia a respeito do que vinha acontecendo com nossa mãe, uma vez que, como dissemos acima, nada havíamos escrito nesse sentido. Para relatar-lhe essa ocorrência, funcionou o Correio da Espiritualidade, através do seu mensageiro, o espírito Romeu de Ângelis, dando, desse modo, o grande médium, mais uma prova do grande poder de penetração no campo maior da espiritualidade.

Pelo que foi narrado, guardávamos a impressão de que Chico estivera conosco todos aqueles dias de sofrimento, proporcionando ao fato novas e surpreendentes dimensões, haja visto a mensagem recebida e inserida mais tarde no livro “Entre duas vidas”, capítulo 10, intitulado “Esposa e mãe”.

A influência que a carta de mamãe e os contactos com o Chico exerceram em nossas vidas, são indescritíveis. A mediunidade de Chico aliada à sua bondade e sabedoria, encanta as criaturas.

Ao fixar residência em Uberaba, desde 1959, temos visitado o amigo periodicamente. Assim como fomos guiados pelo ilustre professor Romeu de Campos Vergal, procuramos, na medida do possível, retribuir essa gentileza, servindo de ponto de contacto, junto ao Chico, a centenas de pessoas residentes em Votuporanga e região.

Certa feita, em Uberaba, o confrade Farid Mussi, de São José do Rio Preto (SP), encontrava-se na fila, no “Centro Comunhão Espírita Cristã”, esperando a sua vez. E, quando esta chegou, Chico disse-lhe: “Encontra-se ao seu lado uma entidade que deseja agradecer-lhe os favores recebidos através de uma prece. Diz ela chamar-se Maura de Araújo Javarini, tendo vivido e desencarnado em São José do Rio Preto (SP), em 1932.” No momento, o senhor Farid não se lembra de ter prestado qualquer auxílio que merecesse tal agradecimento. No dia seguinte, o senhor Farid rememorando essa ocorrência, veio-lhe à lembrança de que em tempos idos, passando por uma padaria, situada nas proximidades do Tatwa — Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, em São José do Rio Preto, teve notícia de que a esposa do padeiro se suicidara. Nessa ocasião, não era espírita, mas sim secretário do referido Tatwa, e condoído da infelicidade dessa senhora, tirou do bolso um caderninho de anotações e nele anotou o nome de Maura de Araújo Javarini, dirigindo-se ao Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, uma vez que a reunião da noite estava prestes a se realizar.

Tanto em Pedro Leopoldo, como em Uberaba, Chico, espiritualmente continua o mesmo, atendendo a todos com o mesmo carinho e amor, muito embora, a cena panorâmica ser bem diferente da do Centro Espírita “Luiz Gonzaga”, onde o número de pessoas era diminuto.

Para terminar, é oportuno relatar que a comunidade espírita votuporanguense muito recebeu e muito vem recebendo através das mãos abençoadas do Chico: mensagens e mais mensagens comprobatórias e insofismáveis da imortalidade da alma, de amigos, parentes e diretores do “Centro Espírita Emmanuel”. Dentre elas convém destacar as recebidas de Lidai Benini, Hilário Sestini, prof. Cícero Barbosa Lima Jr., Dr. Orlando Van Erven Filho e Carlos Alberto Andrade Santoro.

Quanto à mensagem do prof. Cícero Barbosa Lima Jr., destaca-se uma ocorrência, não inserida no seu contexto, que nos pareceu, no momento, sem sentido. Na tarde em que se deu a mensagem, no Centro Espírita da Prece, em Uberaba, Dona Chamena, viúva do referido professor, foi interpelada por Chico: “A senhora se lembra de um educador famoso, cujo nome foi dado à escola de comércio, dirigida pelo prof. Cícero?” Não, respondeu Dona Chamena. Chico tornou a dizer-lhe: “O espírito presente, desse educador, cuja identidade ele não quer revelar, insiste em dizer sim.”

Passados muitos dias, numa palestra entre confrades, vindo à tona esse acontecimento, antigos alunos e professores daquela escola, revelaram que antes de ser “Escola de Comércio Cruzeiro do Sul”, dito estabelecimento de ensino tivera a denominação de “Escola Comercial Horácio Berlinck”, como homenagem prestada,pelos fundadores ao emérito educador, membro da Fundação “Alvares Penteado” de São Paulo.

Ante tantas revelações de sobrevivência do Espírito, provada de uma maneira exaustiva e sempre surpreendente, podemos repetir com Chico: “A VIDA É FATAL”.


Romeu Grisi


(Rua Itacolomi, 538 - Voturporanga, SP.)


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