“Meu pai foi pessoa de pouca instrução escolar, mas, espírito muito nobre, de grande coração, bastante caridoso.”
Palavras de amor que representam a expressão de D. Leonilde Baumgarth, quando se refere a seu pai e nos conta do seu desenlace físico.
“Encontrava-se ele em seu sítio, onde haveria uma festa para amigos e familiares, quando foi acometido de um infarto do miocárdio. Levado às pressas para a cidade mais próxima (Sorocaba, no interior de São Paulo), onde recebeu os primeiros socorros, lá permaneceu por 16 dias na UTI. Com extrema lucidez sempre nos pedia para retornar à sua casa, em São Paulo.
“Assim ocorreu.
“Quando se encontrava sentado em sua sala com os filhos e netos à sua volta, fechou os olhos e desencarnou como um passarinho.
“Estas foram as suas últimas palavras. Considero-me um homem realizado e feliz. Agradeço a Deus pela família que me deu.
“Através dos anos de trabalho, na profissão que exercia, (comerciante atacadista), adquiriu larga experiência que lhe deu um cabedal de conhecimentos invejáveis, admirado e respeitado por todos que o cercavam.
“Alegre e espirituoso, excelente esposo, pai e avô, contagiava os que com ele compartilhavam o dia a dia do seu otimismo e de sua vivacidade.
“Mamãe desesperou-se, recusava-se a aceitar a partida de papai.
“Preocupava-nos essa situação.
“Resolvemos ir a Chico Xavier para uma palavra de conforto, particularmente para mamãe.
“A mensagem chega-nos unindo mais ainda a família, no amor e na fraternidade, na compreensão e solidariedade.
“Abriu-me as portas para a Doutrina onde ingressei em seu estudo.
“Certa ocasião, em difícil situação familiar, quando eu e meu marido não queríamos aceitar um certo acontecimento, no auge do desespero fomos a Uberaba na esperança de falar com Chico Xavier, mas infelizmente não foi possível. E qual não foi a nossa surpresa, ao terminar o culto do Evangelho no Grupo Espírita da Prece, a primeira mensagem da noite foi a de meu pai orientando-nos o caminho a seguir.
“É impossível descrever com palavras o sentimento que a mensagem despertou na família. Misto de alegria para uns, incredulidade para outros, mas sem sombra de dúvidas, muito conforto e amparo a todos.
“Ela nos fez entender que a vida continua.
“Independente da convicção religiosa anterior, despertou-nos para a caridade e o amor ao próximo, e que podemos viver perfeitamente com Deus.
“Motivada pelo exemplo de D. Yolanda Cezar, hoje e como todos os anos anteriores, no dia 10 de maio, data do seu aniversário, brindamos com a distribuição de pães e outros alimentos, em seu nome, para amenizar um pouco o sofrimento de nossos semelhantes, satisfazendo-nos no dever do amparo mútuo.
“Num ressalto, a gratidão carinhosa ao abnegado e querido amigo Chico Xavier, que tanto nos ajuda.
“Falar de Chico é aprender o Evangelho de Jesus.
“Que as famílias em desespero, na dor causada pela perda dos seus entes queridos, sintam um pouco da paz e a serenidade a nos tranquilizar os corações.
“Não desanimem.
“Deus é Pai e nunca desampara os seus filhos.”
ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL
MAXIMINO PEREIRA: nascimento: 10 de maio de 1909 — Desencarnação: 22 de julho de 1976 — Idade: 67 anos. n
ESPOSA: Generosa Pereira — Rua Martins, 559 — Butantã, São Paulo, SP.
FILHOS: Leonilde Baumgarth, Maria Odete Rodrigues Pereira Lopes e Agostinho Rodrigues Pereira.
NETA: Izildinha Baumgarth Carvalho Monteiro.
GENRO E NORA: Jorge Walter Baumgarth e Marina Pereira.
AMIGO ESPIRITUAL: Augusto Cezar Netto.
AMIGOS: Raul Cezar, Yolanda Cezar, pais de Augusto Cezar. Fundadores do LAR-OFICINA, onde grande número de senhoras mães reúnem-se no trabalho da caridade aos necessitados.
[1] [No livro impresso a foto do autor espiritual está logo abaixo dessa referência biográfica.]
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.
1 Querida Leonilde, querida filha, Deus nos abençoe.
2 Estou contente ante a possibilidade de trazer a toda a família, em sua presença, os meus votos de saúde e paz, felicidade e bom ânimo.
3 Às vezes, Generosa e vocês, os meus filhos queridos, me acreditam distante. E perguntam o porquê de nossa correspondência quase que interrompida.
4 Isso, porém, é impressão de vocês. Em casa, sempre que possível, eis-me ao lado da esposa querida a raciocinar quanto ao melhor modo de solucionar os problemas naturais que vão aparecendo…
5 Hoje, no entanto, desejo registrar a nossa satisfação com a festa de nosso amigo Augusto Cezar.
Os pais de nosso companheiro o amigo Raul e a nossa estimada D. Yolanda me perdoarão estas referências diretas, mas não posso silenciar a nossa alegria, notando uma comemoração realizada de maneira surpreendente. 6 Ao invés da família receber na residência as criaturas amigas, ei-la que se desloca, a fim de se colocar ao encontro dos nossos irmãos necessitados, transformando os brindes do homenageado em socorro aos companheiros do caminho.
7 Frascos de champanha trocados por pacotes de alimentos e quitutes preciosos transfigurados em pães e outras bênçãos, para quantos se apresentam em dificuldades maiores do que as nossas.
8 Acompanhei a felicidade do nosso Augusto, a partilhar, junto de companheiros diversos, da doação de si mesmo às crianças desprotegidas e os doentes.
9 Agradeci a Jesus a sua presença de filha, com os nossos amigos, nesse empreendimento e formulo votos para que todos os cristãos venham a efetuar festas de amor e paz, ao reverenciarem os seus entes queridos, saindo da própria casa para honorificar as pessoas amadas, auxiliando aquelas criaturas em problemas difíceis e que transitam, junto de nós.
10 Penso quanta alegria será criada na Terra, quando cada família render esse ou aquele preito de carinho a determinado parente sempre querido, melhorando a mesa dos lares, refúgios onde se acolhem nossos amigos aparentemente esquecidos do mundo.
11 Quando nos animarmos a espalhar migalhas de felicidade e esperança nas enfermarias da indigência, nos recantos da penúria, nas áreas das necessidades humanas e nos ninhos de sofrimento, guardo a certeza de que a nossa alegria se transformará em rio de bênçãos para os mais carentes de nós, estejam eles em creches anônimas, em orfanatos quase desconhecidos, em pousos de geriatria, cercados de sofrimento, ou em casas de enfermos de qualquer procedência, as nossas homenagens serão mais valiosas e mais autênticas.
12 Conte à nossa Generosa o que foi a reunião de Augusto, em matéria de assistência ao próximo e, quanto se nos faça possível, espalhemos a ideia de transmitir os nossos júbilos familiares a outros irmãos que atravessam longos territórios espirituais de provação e amargura, dor ou tristeza.
13 Peço a você, minha filha, transmitir ao nosso Agostinho, à Maria Odete, à Marina, ao Jorge Walter e a todos os nossos familiares as minhas lembranças de paz e agradecimento. À nossa Generosa, você dirá que ela esteve espiritualmente em nossa companhia, durante todas as manifestações de carinho hoje exteriorizadas em honra de um filho querido, supostamente morto, conforme a decisão dos pais que esposaram essa ideia feliz.
14 Não desejo fazer uma lista de avô coruja recomendando-se aos netos, mas desejo que você diga à Izildinha que estamos cooperando, quanto possível, para que ela seja uma feliz mãezinha, a enriquecer-se de mais ternura para o lar e para a nossa família toda.
15 Temos cogitado de colaborar na sustentação de sua saúde de esposa e mãe e o quanto se nos permite, seguimos o Walter em suas preocupações e esperanças. Contemos com o Socorro de Jesus.
16 Muito grato por compartilhar com você em pessoa e representando todo o nosso grupo doméstico, nas expressões e realizações de alegria e beneficência que cercam a memória de nosso Augusto amigo, envio muito carinho à nossa querida Generosa e rogo a você receber um grande abraço do papai reconhecido.
Maximino Pereira
Rubens A. Germinhasi