1 — “Deus de amor, quero apoio e quero a prata,
Devo ajudar aos filhos da pobreza!…” —
Assim rogava Juca de Tereza,
Andarilho no Sítio da Cascata.
2 Eis que, um dia, a fortuna se desata,
Deu-lhe o tio um bilhete, de surpresa,
E a loteria trouxe-lhe a riqueza…
Fez-se logo a mudança imediata.
3 Depois da festa, em torno à sorte grande,
Vem a ele a viúva de João Lande,
Pede socorro à febre que a devora…
4 Mas Juca replicou, rude e rouquenho:
— “Não posso, o dinheirinho que já tenho
Custei muito a ganhar, minha senhora!…”
Cornélio Pires
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