O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Jovens no Além — Familiares diversos — 4ª Parte


Wady Abrahão Filho — 6ª Mensagem

— 16 de fevereiro de 1975 —

1 Querido pai, querida mãezinha, meus queridos irmãos Wilson e Axima, Jesus nos abençoe.

2 Festa de aniversário. n Lembranças. Flores. Preces. Agradeço por tudo, diante do nosso dia dezesseis, e peço a Deus os recompense. Agradeço, acima de tudo meu pai, as bênçãos que espalharam os meus queridos, com a nossa seara de amor.

3 Os amigos presentes desculparão se volto a escrever. Não se trata unicamente de nosso caso festivo em família. Estou no caminho da renovação. Caminho de todos. Estou feliz, apoiado pelos corações que a Divina Providência me concedeu. Melhoro aos poucos, porque vou aceitando a obrigação de trabalhar.

4 Querido pai, agradeço a bondade com que o seu carinho me acolheu a solicitação. n Sei que ainda sente, muitas vezes, o desejo de ficar ali, noite inteira, naquelas pedras de nossas últimas lembranças, em nos referindo à separação aparente, mas vejo que a sua lembrança assinala o pedido que fiz e as horas de contato com as relíquias do Brás n vão ficando mais curtas.

5 Mãezinha, beijo as suas mãos. Axima e Wilson, meu abraço a vocês.

6 Não nos acreditemos numa entrevista espiritual, a pedaços de intercâmbio, como se nos víssemos num filme em série. Estamos em escola diferente, na qual somos alterados para melhor, pouco a pouco. Renovação gradativa, com base na saudade convertida em esperança. Continuemos ativos, na dedicação ao nosso novo modo de ser.

7 Compreendo que as tarefas da Comunidade e do Colégio sofreram modificações, n mas o serviço permanece.

8 Aqui, a nossa equipe de ligações vai crescendo. De minha parte, vou fazendo quanto posso. Impossível crer em Jesus e não segui-lo, aceitar as lições do Mestre e ficar inerte. Temos um mundo à frente e Ele à frente desse mundo chamando-nos a servir.

9 Meu pai, não julgue seu filho entusiasmado em excesso. n Tenho a cabeça mergulhada nas ideias que vertem do Alto e o coração que o seu carinho e o carinho de minha mãe plasmaram no meu peito. Não descansaremos, papai.

10 Mãezinha, seguiremos. Wilson e Axima a luta construtiva nos pede continuar.

11 Mãezinha, nossa Glorinha n no Hospital Modelo é mensagem que lhes pude endereçar. Antes que suas mãos a acariciassem, fora levado ali, a convite de nossos familiares. E o Senhor permitiu que a pequenina, à frente da morte, me observasse e reconhecesse, transmitindo minhas notícias. 12 E a bênção de agir com a bênção de Jesus brilha conosco. É preciso trocar o tempo que é dádiva de Deus por algo que fique nos domínios do Bem.

13 Venho cooperando em auxilio da tia Jacira n da tia Jamile, do tio Manoel, n do tio Azis n e, afinal, os nossos laços do coração não terminam. Hoje, tenho comigo nesta noite o meu avô Abrahão e a tia Clotilde n que deixa ao nosso Wilson todo o coração de mãe amorosa e abnegada. 14 E depois de nosso entendimento, peço ao nosso querido Wilson muita serenidade ao tratar com o volante. A máquina não precisa comer chão para chegar ao destino. Wilson, a vida é um tesouro de Deus que nunca se deve arriscar a perder sem motivo justo. As rodas correm por si, desde que o motor as garanta, sem necessidade de acelerar-lhes o movimento.

15 Evite as competições nas estradas e não atravesse à frente desse ou daquele companheiro de caminho, a não ser quando a frente se descortine, claramente ampla e limpa, convidando ao avanço sem prejuízo. E assim como se prepara o corpo, a fim de que se possa viver no mundo, não use o veículo sem anotar-lhe condição e eficiência. Você sabe que sapatos desnivelados favorecem queda e problema e, de igual modo, pneus em desequilíbrio são riscos graves.

16 Perdoe, irmão, as palavras que digo. Falo por sua mamãe que é também nossa mãe. Agradeço as lembranças de Sumaré, n mas não me creiam fora da obrigação de entregar a Cristo qualquer vantagem que nos venha desse ou daquele campo da vida. Por muito fizéssemos ou por muito façamos nas áreas do bem, tudo que se faça é do Cristo, em nome de Deus.

17 Temos aqui hoje um amigo que desejava escrever mas não conseguiu recursos emocionais para isso. É um amigo respeitável, que nos solicita transmitir um recado. Meu pai e minha mãe, Wilson e Axima atendam a isso por mim. Trata-se de um grande amigo do bem e da justiça, da cultura e do progresso, que se nos apresenta com o nome de Akl Jorge n que deseja exprimir à esposa, nossa irmã senhora Jamile, as suas saudades e agradecimentos.

18 Ele pede à esposa e às filhas — ouço os nomes de Elza e Marlene — para que se consolem e promete escrever quando estiver mais refeito. Roga à esposa para que se alimente e procure viver. A tristeza dela e dos familiares queridos lhe impõem difíceis preocupações. Pede o apoio de dois corações que nomeia por Adriana e Gito n para sustentarem a senhora Jamile no esforço de viver e sobreviver à separação. Diz ele que a esposa é católica, iluminada por imensa bondade repleta de compreensão e fé. Roga a Jesus fortaleça a esposa querida e insiste em que ela pense nele na condição de vivo e não morto e agradece o amor com que o seu ambiente foi conservado.

19 Papai e mamãe, Axima e Wilson conversem com a senhora Jamile por nós. Ninguém precisa mudar de pensamento religioso para a conquista da paz. Onde estiver o Cristo está Deus. A senhora Jamile será amparada tanto quanto tem sido amparada sempre. Estimaria ser mais claro e preciso; entretanto, sou tão pobre de expressões para mostrar os nossos sentimentos deste lado da vida!

20 Querida Axima atenda à saúde e esperemos. Você espera a maternidade como quem aguarda a luz de Deus e fico feliz com isso. Cogitemos de criar as melhores condições para recebermos o melhor da Bondade de Deus e a Bondade de Deus nos concederá sempre o melhor.

21 Envio abraços aos caros companheiros Cláudio, Wellington, Walmir n e a todos os nossos que são hoje, tanto quanto ontem, companheiros na construção da vida melhor com o Cristo, sempre nas bênçãos d’Ele, nosso Mestre e Senhor.

22 As tarefas com a nossa querida irmã Guiomar, no Perseverança, continuam abençoadas pelos nossos Maiores. Trabalhemos no bem dos outros e os outros se farão instrumentos de nosso próprio bem.

23 Agradeço à nossa irmã Guiomar e a todos os corações queridos da nossa casa de fraternidade e de paz, tudo de bom e belo que realizam por nós.

24 Querido papai e querida mamãe abençoem-me. Axima e Wilson recebam o meu abraço de gratidão.
E apoiando-me no trabalho e na fé viva em nosso querido lar, peço a Deus pela felicidade de todos e rogo aos meus queridos papai e mãezinha, Wilson e Axima, receberem todo o coração do filho e irmão sempre reconhecido,


Wadyzinho


COMENTÁRIOS


Supúnhamos não mais haver revelações a fazer, da parte do Wady, e eis que a psicografia abençoada do Chico nos traz informações desconcertantes.

Debruçado sobre os pais, pela pena do Chico, Wady lhes capta anseios íntimos e serve também de intérprete para a palavra de irmãos desencarnados que ainda não podem comunicar-se.

O episódio envolvendo a mãe de Wady e a pequena Glorinha no Hospital Modelo de São Paulo acompanhado e vivido também pelo Wady no Plano Espiritual, o “puxão de orelhas” que Tia Clotilde mandou o Wady dar no cunhado Wilson e o recado do Sr. Akl Jorge Chakur à esposa presente à reunião, são alguns dos pontos de objetiva identificação que encontramos nesta mensagem.

Pela acentuada riqueza de dados a mencionar, vamos proceder ao recurso da sequência cronológica para do início ao fim da comunicação psicográfica situarmos os leitores nos fatos e detalhes mencionados:

1 — Festa de aniversário — 16 de fevereiro aniversário de nascimento do Wady. Os pais estavam em Uberaba, à semelhança do que fizeram no ano anterior.


2 — Aqui o Wadyzinho agradece ao pai o ter concordado em não mais pernoitar no cemitério, junto de seu túmulo (ver capítulos anteriores).


3 — Relíquias do Brás — Refere-se ao cemitério do Brás, onde foi sepultado. Mais conhecido como Cemitério da 4ª Parada.


4 — “Modificações” — praticamente as tarefas da Comunidade foram esquecidas pelos jovens, desconcertados com a perda do amigo.


5 — “Não julgue seu filho entusiasmado em excesso” — Alusão do Wadyzinho às constantes ponderações do pai, antes de sua morte, no sentido de que estava prejudicando a saúde com o excessivo entusiasmo nas campanhas beneficentes e nas programações da Comunidade Unida a Cristo. Wady tinha preocupação insistente em mostrar aos jovens o caminho da virtude e da retidão, através de Jesus. Buscava esclarecer sobretudo os jovens voltados ao vício e à ociosidade.


6 — Nossa Glorinha — Ao visitar a irmã, internada na Terapia Intensiva do Hospital Modelo, em São Paulo, a mãe de Wady, D. Jandira, travou amizade com uma criança, a Glorinha, ali internada, cumulando-a de mimos. Logo no início desta amizade, D. Jandira mostrou a fotografia do filho morto, dizendo a Glorinha: este é o Wady, seu primo. Na véspera da morte da menina, uma semana antes da psicografia da mensagem ora considerada, Glorinha disse a D. Jandira ter sido visitada pelo primo Wady que a beijou na fronte. Pelo Chico, o Wady confirma este simples episódio de que poucos tinham conhecimento. E o Chico não era um destes poucos…


7 — Tia Jacira — Jacira do Amaral, irmã de D. Jandira.


8 — Tia Jamile e tio Manoel — Jamile Abrahão Braga e seu marido Manoel Braga, residentes na capital paulista. Jamile é irmã do Sr. Wady Abrahão.


9 — Tio Azis — Azis Abrahão, irmão do Sr. Wady, residente em Campinas.


10 — Tia Clotilde — Passagem curiosa. D. Clotilde Eugênia Briguente de Oliveira é a mãe do Wilson, cunhado do Wadyzinho, desencarnada em junho de 1973. Atendendo ao pedido mental que a nora Axima lhe endereçou quanto aos excessos do filho no volante, solicitou ao Wady que lhe puxasse as orelhas em seu nome.


11 — Lembranças de Sumaré — Agradecimento à homenagem prestada pela cidade, denominando Wady Abrahão Filho uma de suas praças.


12 — Akl Jorge Chakur — Comerciante desencarnado na capital paulista, cuja esposa Jamile Sarhat Chakur e filhas Elza Chakur Abduch e Marlene Chakur Vargas Amaral estavam presentes à reunião. (“Ouço os nomes Elza e Marlene”, diz Wady). Muito católicas, daí a observação do Wady de que “ninguém precisa mudar de pensamento religioso para conquistar a paz”.


13 — Adriana e Gito — Gito é o apelido do genro do Sr. Akl — Sr. Jorge Benjamim Abduch, marido de D. Elza. Adriana Chakur Abduch é a filha de Gito, neta do Sr. Akl.


14 — Cláudio — já aparece em mensagens anteriores. Wellington — Wellington Gloedem Soares. Walmir — Walmir Carotnuto. Amigos de escola do Wadyzinho.


Observemos que as citações acima são na mensagem ligadas por expressivos pensamentos do jovem, sobretudo a respeito de sua nova condição de vida, em demonstração de sensível maturidade espiritual, como igualmente ocorre também com os outros três autores espirituais, corajosos porta-vozes do Além…


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 5ª edição desse livro.

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