Reunião pública de 20-10-1961.
1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 31.
1 Sentenciados, sim!
A vida, porém, não nos suplicia pelo prazer de atormentar.
2 À face de nossa destinação à suprema felicidade, todos estamos intimados ao bem, impelidos ao progresso, endereçados à educação e policiados pela justiça.
3 Jesus, o Divino Penalogista, exortou-nos, convincente:
“Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete.” ( † )
4 É que o mal expressa grave desequilíbrio naquele que o pratica.
5 Comparados às moléstias do corpo, a dor moral de haver ferido a alguém é o abcesso reclamando dreno adequado; 6 o vício é a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz, 7 e a delinquência é o tumor de caráter maligno, comprometendo a estrutura orgânica, em prenúncio de morte.
8 Esposar revolta e vingança seria expor o próprio sangue a infecções perigosas, entrando, voluntariamente, nas faixas destrutivas da enfermidade.
9 Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e imunização infalíveis.
10 Diz Allan Kardec: “Às penas que o Espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são consequentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas.” ( † )
11 Esparze, desse modo, as vibrações confortativas da prece sobre todo aquele que caiu no logro do mal.
12 O caluniador está, sentenciado à repressão da própria língua, 13 o desertor está sentenciado à frustração que marcou a si mesmo, 14 o ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio, 15 o ofensor está sentenciado ao ferrete da consciência, 16 o criminoso está sentenciado a carregar consigo o padecimento das próprias vítimas.
17 Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos assumidos, com o remorso de quebra.
18 Assim pois, à frente do irmão que te golpeia, recolhe-te em silêncio e esquece todo o mal. Não precisas indicá-lo a esse ou àquele castigo, perante a barra dos tribunais, porque o maior sistema de punição já está dentro dele.
Emmanuel