Reunião pública de 18-8-1961.
1ª Parte — Cap. VI — Item 15.
1 Não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas.
2 Tanto quanto podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas — através de leis que lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo.
3 Essas leis, na feição primitiva, podem ser abordadas nos processos rudimentares do campo físico.
4 O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado; entretanto, se colas a mão no braseiro, é natural incorras, de imediato, nas consequências.
5 A máquina é apêndice do progresso; contudo, se não lhe atendes as necessidades, sofrerás, para logo, os resultados desastrosos da negligência ou da indisciplina.
Ocorre o mesmo, nos planos da consciência.
6 Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos.
7 É inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações.
8 Os que procedem assim podem estar movidos de santos propósitos ou piamente magnetizados por lendas e tradições respeitáveis que o tempo mumificou, mas se esquecem de que, mesmo ante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.
9 Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. 10 Mas é justiça também. Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. 11 Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se. 12 Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor.
13 Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena.
14 Recorda que não podes raciocinar através do cérebro alheio e nem comer pela boca do próximo.
15 O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. 16 Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.
17 A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.
18 E não sofismemos a palavra de Jesus, quando prometeu ao companheiro de sofrimento, no Calvário, que estaria com ele no paraíso, ( † ) como poderia estar em qualquer instituto de educação, no mundo espiritual, porque foi o próprio Cristo quem nos informou, de maneira incisiva, que o Reino de Deus está dentro de nós. ( † )
Emmanuel