O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Irmã Vera Cruz — Mensagens familiares de Vera Cruz


PARTE I — IRMÃ, ESPOSA E MÃE DE REGRESSO

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Palavras de confiança em Deus

1 Querida Milza,
Deus nos abençoe.

2 Estas palavras são de confiança em Deus e fé na execução de nossas tarefas. n
Não hesite e prossiga. n

3 Os nossos queridos amigos Dr. Adolfo Capelato e Mercedes n são companheiros de base e Deus no-los conservará, a fim de que o nosso núcleo de paz e amor continue a se levantar para servir sempre mais.

4 Muito amor para a querida mamãe Ambrosina e para o nosso filho do coração, com lembranças a todos os que Deus nos confiou ao carinho.

5 Para você, querida irmã, um grande abraço da irmã reconhecida de sempre,


Vera Cruz



NÚCLEO DE PAZ E AMOR


O bilhete que constitui a mensagem anterior — “Palavras de Confiança em Deus” — foi recebido na sessão pública da noite de 14 de outubro de 1978, juntamente com várias outras mensagens consoladoras dirigidas aos familiares presentes dos respectivos autores espirituais, e representou para D. Milza um bálsamo consolador, tanto quanto as mensagens anteriores.


1 — “Fé na execução de nossas tarefas.” — D. Milza confessou-nos que necessitava de semelhantes palavras, uma vez que se encontrava, na ocasião, até certo ponto angustiada com os percalços naturais encontrados na construção da Casa de Caridade. Ninguém senão ela, D. Milza, precisava ouvir essas palavras, porque de si para si chegava a perguntar, vezes sem conta, se o que lhe faltava era, na verdade, a fé.


2 — “Não hesite e prossiga.” — Verdadeira injeção de ânimo para quem se sentia, no recesso do próprio ser, presa de angústia ante as tarefas iniciadas a esperar por conclusão.

Numa das entrevistas que D. Milza nos concedeu, explicou-nos ela que Vera, certa vez, recebera um passe, na casa de velha amiga da infância, a qual, apesar de católica fervorosa, estava estudando o Espiritismo.

Durante o trabalho de passes, Vera Cruz viu uma paisagem de céu belíssimo com um franciscano à sua frente. “Se vi isso” — afirmou Vera — “é porque eu vou morrer logo.”

D. Milza procurou tranquilizá-la, todavia, somente com a leitura que fez de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, conseguiu ela se acalmar.

Daí por diante, passou a registrar a presença dos franciscanos desencarnados, dentro de casa, muitas vezes reunidos numa espécie de assembleia, da qual emanava luz, alegria e paz.

Como dissemos na Introdução, compulsamos o exemplar do citado livro do Codificador que pertenceu à ilustre franciscana reencarnada, e o leitor poderá verificar alguns fac-símiles que colhemos desse volume [Obs. Os fac-símiles, embora, muito interessantes, existentes na versão impressa, por enquanto não constam dessa versão digital], onde Vera, com fita durex, pregava impressos da Prece de Francisco, fixando, ainda, do próprio punho, qual fazia nos livros sobre a vida do Poverello, trechos dos escritos deixados por ele.

Naquela mesma noite da recepção do bilhete mediúnico, atendendo à solicitação escrita de D. Milza, Dr. Bezerra de Menezes, pelo médium Xavier, transmitiu-lhe a seguinte orientação:

“Filha, Jesus nos abençoe.

Nossa irmã Vera Cruz se regozija com o seu nobre trabalho na caridade, e pede a Jesus a proteja e abençoe, sempre. (a) Bezerra.”


3 — Dr. Adolfo Capelato e Mercedes: Companheiros da primeira hora, na construção da Casa de Caridade.

Para terminar o presente capítulo, transcrevamos a parte final da resposta à questão 888 de O Livro dos Espíritos, sobre a esmola, de autoria do Espírito de São Vicente de Paulo:

“Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade está sempre colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos dos vossos semelhantes; em lugar de menosprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como em relação aos seres mais ínfimos da criação, e tereis obedecido à lei de Deus.”

“Em princípio, o homem que exalta a si mesmo, que eleva uma estátua à sua própria virtude, aniquila, só por esse fato, todo o mérito efetivo que possa ter. Mas, que direi daquele em que todo o valor está em parecer o que não é? Quero admitir que o homem que faz o bem sente no fundo do coração uma satisfação íntima, mas desde que essa satisfação se exteriorize para recolher elogios, degenera em amor-próprio.” — Cap. XVII, 8.


“Os Espíritos que a semelhança dos gostos, a identidade de progresso moral e a afeição levam a se reunirem, formam famílias; esses mesmos Espíritos em suas migrações terrestres, se procuram para se agruparem como o fazem no Espaço; daí nascem as famílias unidas e homogêneas; e se, em suas peregrinações, estão momentaneamente separados, reencontram-se mais tarde, felizes com os novos progressos. Mas como não devem trabalhar unicamente para si, Deus permite que Espíritos menos avançados venham se encarnar entre eles para aí haurir conselhos e bons exemplos, no interesse do seu adiantamento; eles causam, por vezes, perturbações, mas aí está a prova, aí está a tarefa. Acolhei-os, pois, como irmãos; vinde em sua ajuda e, mais tarde, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará de haver salvo do naufrágio os que a seu turno, poderão salvá-la de outros.” — Cap. XIV, 9.

Elias Barbosa


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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