O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Intervalos — Emmanuel


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Espiritismo e liberdade

1 É indubitável que o Espiritismo, na função de Consolador Prometido pelo Cristo de Deus, veio aos homens, sobretudo, para libertá-los da treva do espírito.

2 Que emancipação, porém, será essa?

3 Surpreenderíamos, acaso, a Nova Revelação procedendo à maneira de um louco que dinamitasse um cais antigo, à frente do mar, sem edificar, antes, um cais novo que o substituísse?

4 Claro que os princípios espíritas acatam os diques de natureza moral, construídos pelas tradições nobres do mundo, destinados à segurança da alma, conquanto lhes observe a vulnerabilidade de fundo, vulnerabilidade essa sempre suscetível de favorecer os mais fortes contra os mais fracos e de apoiar os astutos em prejuízo dos simples de coração; embora isso, levantam barreiras de proteção, muito mais sólidas, a benefício das criaturas, porquanto nos esculpem, no próprio ser, a responsabilidade de sentir e pensar, falar e agir, diante da vida.

5 Ninguém se iluda, dessa forma, quanto à independência instalada pela Doutrina Espírita nos recessos de cada um de nós, sempre que nos creiamos no falso direito de praticar inconveniências, em regime de impunidade.

6 Muito mais que os preconceitos e tabus, instituídos pelos homens, como frágeis recursos de preservação dos valores espirituais na Terra, o Espiritismo Cristão nos entrega dispositivos muito seguros e sensatos, na garantia da própria defesa, de vez que não nos acena n com Céus ou Infernos exteriores, mas, ao revés disso, nos faz reconhecer que o Céu ou o Inferno, são criações nossas, funcionando, indiscutivelmente, em nós mesmos.

7 Enfim, para não nos alongarmos em teorização excessiva, observemos, tão somente, que o espírita é livre, não para realizar indiscriminadamente tudo quanto deseje, e, sim, para fazer aquilo que deve.


Emmanuel



[1] No original: “em vez que não os acena”


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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