1 A cobrança é um problema realmente aflitivo, à maneira de nuvem, eclipsando a beleza e o brilho do serviço cristão.
2 É imperioso anotar, porém, que não somente o dinheiro vem a ser o objeto disputado nos processos de retribuição na lavoura do espírito.
3 Há quem exija dos outros variadas formas de pagamento, reclamando pesados impostos de reconhecimento, de apreço afetivo, de considerações sociais…
4 Apregoa-se, então, a caridade, como quem abraça um negócio qualquer, em que a velha filosofia do “dou para que me dês” constitui a mola viva de toda e qualquer manifestação.
5 Contudo, ao sol do Evangelho, se efetivamente nos propomos alcançar a comunhão com Jesus, o desinteresse pessoal deve representar o selo de nossa boa vontade e a garantia de nossa fé.
6 Não importa que os outros te menoscabem as ações, com evidente desrespeito ao teu modo de atuar ou de ser.
7 Vale o amor com que te empenhas ao dever retamente cumprido, de vez que todas as possibilidades da vida pertencem originariamente a Deus.
8 A criatura que ao bem se consagra, sem a preocupação de avocar para si a autoria dos pensamentos enobrecidos e das obras edificantes, recebe do Alto infinita capacidade de estender esse mesmo bem.
9 Recorda que o charco de hoje, se ajudado, pode ser amanhã o campo bendito para a colheita farta e não te esqueças de que o fruto, agora verde, se respeitado, pode ser depois, o reconforto de tua mesa.
10 Jesus não estabeleceu qualquer mercado para a distribuição dos dons divinos. Afeiçoemo-nos, pois, a Ele que tudo deu de si sem pensar em si, confiando-se à suprema renúncia, a benefício de todos, e, longe das prisões forjadas pelos tributos terrestres, nossas almas ascenderão, em voos sempre mais altos e sempre mais livres, no rumo certo da gloriosa imortalidade.
Emmanuel