1 Quantas pessoas te cruzam o caminho, em plenitude de sanidade física, suportando enfermidades espirituais que desconheces? Se conduzidas a exame num laboratório, mostrarão índices perfeitos de equilíbrio orgânico, entretanto, nos recessos do próprio ser, são doentes da alma, em estado grave, reclamando assistência.
2 Daí nasce o impositivo da serenidade e da tolerância, em observando o comportamento estranho ou registrando determinados conceitos que não esperávamos da atitude ou dos lábios daqueles que convivem conosco.
3 Esse amigo que se revelava, até ontem, inteiramente ao nosso lado, caminha hoje em direção oposta, ferindo-nos a sensibilidade;
4 a esposa, dantes compreensiva e leal, distanciou-se psicologicamente de nós, ao toque de afinidades outras que haverá descoberto;
5 o esposo devotado e fiel terá cedido a convites outros, abandonando-nos a companhia e desamparando os próprios filhos na idade tenra;
6 esse ou aquele filho ou essa ou aquela filha, depois de crescidos, desprezaram os princípios que nos serviram de alicerces à vida, afastando-se-nos do caminho, conquanto o amor, que nos dediquem, lhes fique inalterável nó coração.
7 Em semelhantes conflitos da alma, é indispensável saber ouvir e suportar, sem reclamações que lhes suscitariam perturbações de resultados imprevisíveis.
8 Ignoras quais as moléstias da alma de que estarão sendo portadores e, enquanto no corpo físico, não consegues avaliar as forças obsessivas que estarão agindo, por trás de alguém que a suposta normalidade parece favorecer.
9 Se encontras algum ente amado, em erro manifesto, suporta com paciência o desequilíbrio em andamento e se ouves opiniões contraditórias ou insensatas, não discutas, acirrando animosidade ou separação.
10 Acalma-te e fala, asserenando o ambiente em que te vês, porque uma só frase de incompreensão ou de azedume, pode ser o fator desencadeante de terrível brecha para a selvageria da delinquência ou para as calamidades da obsessão.
Emmanuel