1 Imaginemos o sonho do lavrador vigilante.
O fruto opimo, a colheita feliz e o celeiro farto são para ele a divina visão.
2 Mas o servo fiel do solo não se entrega a expectação ou à preguiça.
Verte copioso suor conduzindo a charrua que lhe enrijece os braços.
3 E, depois de ofertar à terra o melhor de si, em devoção e carinho, confia-se à sementeira que lhe constitui a bênção do início.
4 Sabe que amanhã pode surgir a erva daninha, em torno da planta frágil, e usa a enxada com antecipação e cuidado, defendendo o trabalho que lhe resume a alegria.
5 Não ignora que o verme lhe ameaça o serviço e intensifica a própria renúncia, em cautela e dedicação, para que flores tenras não se percam, desprevenidas.
6 E até que a seara lhe amadureça o ideal, sabe viver entre o devotamento e a vigília, preservando o amanhã que lhe responde, enfim, com a messe de bênçãos.
7 Se te empenhas pela vitória espiritual em ti mesmo, com o resgate do pretérito e a construção do porvir, aprende a guardar o presente, entre o bem e a verdade.
8 E servindo, quanto puderes, removerás de teu campo os espinhos e as pedras do “ontem”, convertendo dificuldades e sombras em valiosos recursos para a sublimação da própria alma, ante o sol do futuro.
Emmanuel