O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Instruções psicofônicas — Autores diversos


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Página de fé

Na reunião da noite de 19 de agosto de 1954, em rematando as nossas tarefas, tivemos a visita do Espírito Célia Xavier, n que ocupou as faculdades psicofônicas do médium, oferecendo-nos expressiva página de fé.

Célia Xavier é abnegada servidora espiritual do Evangelho num dos templos espíritas de Belo Horizonte.


1 À frente do ataúde ou perante o sepulcro aberto, clama o homem desesperado:

— Maldita seja a morte que nos impõe a separação para sempre…

2 Não suspeita de que os seus entes amados, na vanguarda do Além, prosseguem evoluindo entre a alegria e a dor, compartilhando-lhe esperanças e ansiedades.

3 E não se apercebe de que ele mesmo atravessará, um dia, aflito e espantado, o portal de pó e cinza para colher o que semeou.

4 No entanto, somos hoje, os espíritas e os Espíritos, batedores da Era Nova e servos da Nova Luz.

5 Unidos, estamos construindo o túnel da grande revelação, pela qual se expressará, enfim, a vida plena e vitoriosa.

6 Conhecemos de perto vosso combate, vossa tarefa, vossa fadiga…

7 A Verdade, que pediu outrora o martírio aos pioneiros da fé cristã, atualmente vos reclama o sacrifício por norma de triunfo.

8 Antigamente, era a perseguição exterior, através dos circos de sangue ou das fogueiras cruéis.

9 Agora, é a batalha íntima com os monstros da sombra a se aninharem, sutis, em nosso próprio coração, declarando oculta guerra ao nosso idealismo superior.

10 Ontem, poderia ser mais fácil morrer, de um átimo, sob o cutelo da flagelação física.

11 Hoje, porém, é muito difícil sofrer, pouco a pouco, o assalto das trevas, sustentando suprema fidelidade à glória do espírito.

12 Entretanto, não podemos trair a excelsitude do mandato que nos foi confiado.

13 Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.

14 É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.

15 Nosso programa essencial na luta é o aprimoramento próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.

16 Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegendo no bem o sistema invariável de nosso reto pensamento e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cruzada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Universo e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis.


Célia Xavier


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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