O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ideias e ilustrações — Autores diversos


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Da cólera


O grito de cólera n

1 Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?

Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.

Ah! Meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!…

2 A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.

3 As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.

4 Em razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.

5 Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.

Quem o visse, ereto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as consequências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.

6 Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.

A mãezinha piorou e o médico foi chamado.

Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.

7 Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.

Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.

8 Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.

Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.

9 O golpe do machado derruba a árvore de vez.

A ventania destrói um ninho de momento para outro.

10 A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.

O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.

11 Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?

Ajude em vez de reclamar.

12 A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.

A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro.

Neio Lúcio


 *

Quem não crê na obediência

E ao descontrole se aninha,

Olhe um comboio apressado

Quando sai fora da linha. ( † )

Ulisses Bezerra


 *

Deste preceito não fujo

Para saber com verdade:

Só se conhece marujo

Na hora da tempestade. ( † )

Milton da Cruz


 *

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros uma só migalha de simpatia por você. ( † )

André Luiz



[1] Esta mensagem foi publicada originalmente em 1948 pela FEB e é a 26ª lição do livro “Alvorada cristã.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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