1 Se a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe a cabeça ou paralisando-lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode.
2 Se você está doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que você recupera um relógio defeituoso.
3 Se você errou, busque reconsiderar a própria falta, reajustando o caminho sem vaidade, reconhecendo que você não é o primeiro e nem será o último a encontrar-se numa conta desajustada que roga corrigenda.
4 Se você caiu em tentação, levante-se e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou, na certeza de que ninguém resgata uma dívida ao preço de queixa inútil.
5 Se amigos desertaram, pense na árvore que, por vezes, necessita da poda, a fim de renovar a própria existência.
6 Se você possui na família um ninho de aflições, é forçoso anotar que o benefício da educação pede a base da escola.
7 Se sofreu prejuízos materiais, recorde que, em muitas ocasiões, a perda do anel é a defesa do braço.
8 Se alguém lhe ofendeu a dignidade, olvide ressentimentos, ponderando que a criatura de bom senso jamais enfeitaria a própria apresentação com uma lata de lixo.
9 Se a impaciência lhe marca os gestos habituais, acalme-se, observando que os pequeninos desequilíbrios integram, por fim, as grandes perturbações.
10 Seja qual seja o seu problema, lembre-se de que toda mágoa é sombra destrutiva e de que sombra alguma consegue permanecer no coração que se acolhe ao trabalho, procurando servir.
André Luiz