1 Em verdade, a civilização do Ocidente já conseguiu abolir, no campo de seus hábitos mais arraigados, a praga social do duelo, ( † ) através da qual homens válidos se atiravam inutilmente à morte…
2 Espadas e armas de fogo de velhos salões aristocráticos jazem relegadas ao abandono e ao silêncio dos museus, mas o homem que rixava com o próximo, no pretérito distante, buscando pretextos para aniquilar-lhe a vida, prossegue alimentando em si mesmo a cultura de projéteis mentais, vivos e mortíferos, com que interfere no programa santificante do Cristo, perturbando o caminho dos semelhantes ou exterminando a si mesmo.
3 Não mais a contenda ostensiva na praça pública, mas a desarmonia destruidora no coração.
4 Cada inteligência é um fulcro da vida, arrojando de si mesma forças intangíveis que geram todos os processos de assimilação e desassimilação, em nossa estrada comum.
5 E em todos os setores, vemos o companheiro terrestre despendendo energias que lhe guerreiam a própria existência e lhe consomem a própria felicidade.
6 Elevada percentagem das moléstias indefiníveis nasce do desequilíbrio espiritual a que se rendem as criaturas.
7 Os sanatórios e as estações de repouso assemelham-se a praias de socorro, onde aportam inevitavelmente os milhares de náufragos do mundo social sem o Cristo em que o homem se perde à maneira de viajor sem direção.
8 Em quase todas as instituições e em quase todos os lares, vemos a atividade ruinosa dos projéteis do pensamento desvairado.
9 Raios de orgulho e vaidade, criando complexos de culpa.
10 Raios de ódio, estabelecendo perturbações de consequências imprevisíveis.
11 Raios de inconformação, consolidando processos de angústia.
12 Raios de tristeza estéril, estabelecendo enfermidades obscuras.
13 Raios de cólera, induzindo à delinquência.
14 Raios de egoísmo, formando trincheiras de separatividade e sofrimento.
15 Raios de preguiça, coagulando as melhores oportunidades de trabalho e abrindo o caos, à frente das promessas e dos votos brilhantes.
16 Raios de crueldade, congelando a ignorância e a penúria, em desfavor da Humanidade, a quem devemos o nosso preito incessante de serviço e de amor.
17 Busquemos Jesus, cuja supervisão divina pode realmente consagrar dentro de nós o governo sadio do equilíbrio e da sublimação.
18 Sem o Mestre da Cruz não aprenderemos o caminho que nos cabe trilhar, e sem a Cruz do Mestre será de todo impraticável a nossa verdadeira ressurreição.
Emmanuel