1 Distante do corpo frio,
Maricota, sem repouso,
Notou que a morte era um anjo
De olhar terno e carinhoso…
2 Ajoelhou-se a coitada,
Chorou e pediu assim:
— Mensageiro da Bondade,
Compadece-te de mim!…
3 — Minha filha, — disse ele, —
Desejava auxiliar-te,
Mas, há monstros que te buscam,
Chegando de toda a parte.
4 Depois de um minuto longo,
Afirmou, cheio de dor:
— Ah! filha, repara em torno,
Pede o perdão do Senhor.
Casimiro Cunha
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