Em recente carta a nós endereçada; Dª Iracema dos Santos, residente em São Simão, São Paulo, sintetizou os benefícios decorrentes da mensagem mediúnica, de autoria de seu esposo, nesta frase: “A carta, recebida pelo senhor Chico Xavier, deixou-me mais conformada, pois andava, até então, muito revoltada.”
Um ano após sua desencarnação, Benedito Vieira dos Santos, em reunião pública de Uberaba, na noite de 19 de julho de 1980, escreveu não só palavras de conforto e estímulo, mas abordou e equacionou vários problemas que afligiam os familiares. Assim, a opinião pública maledicente e desvirtuada; a mediunidade da filha; a enfermidade de outra filha, foram temas interessantíssimos para sua família, tratados por ele com muita elevação.
1 Querida Iracema, Deus nos abençoe, concedendo a você e aos filhos queridos, multiplicadas bênçãos de amor, saúde, alegria e paz.
2 Compreendo o quanto se sente só, sem a minha companhia, e venho pedir-lhe que não se impressione com a opinião de quem não conheceu a verdade.
3 A mediunidade de nossa querida filha com o tempo ficará em nível ideal. 4 Tudo o que traga ou ocasione aflição não procede de Deus, porque Deus espera por nossa felicidade em qualquer circunstância da vida.
5 Se existe alguém que pode declarar de público o quanto lhe devo, esse alguém sou eu, a quem você entregou a própria existência. Agradeço a você, querida esposa, por todas as bênçãos que recebi de sua dedicação, e peço aos filhos abençoados que me aprovem essa declaração de reconhecimento.
6 Envio à nossa Rosa Maria, os mesmos agradecimentos por toda dedicação com que se empenha aos nossos ideais, mas peço a ela muito cuidado para se defender.
7 Acompanho a nossa Expedita em seu tratamento necessário. A filha querida melhorará e temos a nossa experiência e por experiência, sei que Jesus não nos abandona. Espero que a nossa Expedita tenha seu horário particular de orações, porque através desses minutos de reflexão e prece, poderemos cooperar com ela e a favor dela com mais segurança.
8 Envio muitas lembranças a todos os filhos: Ivana, Rosa Maria, Joana D’Arc, Maria Alice, Jorge e Benedito, pedindo a Jesus abençoe e fortaleça a todos no caminho do bem.
9 A nossa querida irmã Maria Evangelista, que foi terna e querida mãezinha, aqui tem sido amável em me auxiliar para obter o melhor em nosso favor.
10 Querida Iracema, não se impressione com a opinião negativa do mundo. Perante Deus, basta que eu saiba o quanto devo ao seu carinho. E, sou eu quem volta a fim de manifestar-lhe os meus carinhosos agradecimentos. Tudo passa querida esposa, mas o amor reina em nome do Cristo sobre nós.
11 Desejava ser mais extenso, mas não posso por hoje.
12 Continue valorosa e calma, superando as dificuldades que apareçam na vida e esteja certa que estamos muito gratos.
13 Agradeço mais uma vez tudo o que recebo de suas mãos e das mãos de nossos entes queridos que começam a tranquilizar-me na Vida Maior, a que vou me adaptando pouco a pouco.
14 Pelas desarmonias em casa, pediremos o amparo do Senhor e estejamos confiantes que Jesus nos ampara e amparará com o sublime e reconfortante bálsamo de seu Divino Amor. Esperamos que você vença em paz todos os pequenos desfechos da vida em família,e da vida de relacionamento com os outros. Tenhamos fé.
15 Receba, com os filhos, o coração reconhecido do companheiro muito perto, de todos os dias, sempre seu,
Benedito Vieira dos Santos
Notas e Identificações
1 - Querida Iracema — Iracema dos Santos, esposa, residente à Rua Expedicionários, 329, São Simão, SP.
2 - Filhos abençoados — Sônia Aparecida, Rosa Maria, Expedita, Ivana Sheilla, Isis Joana D’Arc, Maria Alice, Jorge e Benedito.
3 - Querida irmã Maria Evangelista — Tratamento carinhoso à sua sogra. Desencarnada na cidade de São Simão, em 1964.
4 - Benedito Vieira dos Santos — Nasceu em 14/5/1921 e desencarnou em São Simão, a 29/7/1979, de doença renal. Sempre foi muito dedicado à família e ao trabalho. Ferroviário da Cia. Mogiana (hoje, Fepasa), já estava aposentado.
5 - PRESSENTIMENTO — Em sua carta de 29/6/1988, contou-nos sua esposa: “Ele teve pressentimento do seu desenlace, sete meses antes, pois em 1º/01/1979, quando estávamos fazendo um churrasco, e a Sônia entrou gritando: “O menino da Inês morreu atropelado!”, ele falou, baixinho: “Acabou meu churrasco; este é o último ano que estou aqui.” A sua doença se manifestou depois desse episódio.”
Hércio Marcos C. Arantes