O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gotas de luz — Casimiro Cunha


41

No santuário interior

  1 Meu Senhor, Pai de Bondade,

  De luz e de Amor sem fim,

  Não me abandones à treva

  Que trago dentro de mim.


  2 Não me deixes repousar

  No leito em flor da ilusão,

  Dá-me a bênção luminosa

  De tua repreensão.


  3 De espírito encarcerado

  Nos débitos que inventei,

  Tenho sede do equilíbrio

  Que nasce de tua lei.


  4 Controla-me a aspiração

  De ganhar e possuir,

  Sou teimoso e invigilante,

  Ensina-me a discernir.


  5 Entrecruzam-se, em meu peito,

  Divergências, dissensões…

  Não me relegues ao jugo

  De minhas imperfeições.


  6 A chaga alheia, Senhor,

  Sei curar, lenir ou ver,

  Mas sou tardo de visão

  Na esfera de meu dever.


  7 Sou ágil no bom conselho

  Ao coração sofredor;

  Todavia, surdo e cego,

  Nos dias de minha dor.


  8 Nas orações, quase sempre,

  Sou cópia dos fariseus,

  Sentindo-me, presunçoso,

  Dileto entre os filhos teus.


  9 Não escutes, Pai Bondoso,

  Os rogos e brados mil

  Da ignorância que eu trago,

  Vaidosa, bulhenta, hostil…


  10 Não satisfaças, no mundo,

  O orgulho atrevido e vão

  Que me faz triste e abatido

  Nos tempos de provação.


  11 Põe freios duros e fortes

  Ao meu serviço verbal,

  Muita boca leviana

  Tem dado guarida ao mal.


  12 Meus sentidos, enganados,

  Perturbam-me, muita vez.

  Às emoções desvairadas,

  Por compaixão, não me dês!


  13 Que a tua vontade, enfim,

  Pronta a prever e prover,

  Seja em tudo e em toda a vida

  A minha razão de ser.


  14 Meu Senhor, Pai de Bondade,

  De Luz e de Amor sem fim,

  Não me abandones à treva

  Que trago dentro de mim.


Casimiro Cunha


FIM

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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