O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gaveta da esperança — Mensagens familiares de Laurinho


21

Dia das Mães

1 Uberaba, 12 de maio de 1979.

2 Querida mamãe, a sua bênção em meu coração.

3 Estou emocionado, recordando aqueles outros Dias das Mães em que estávamos visíveis um para o outro. Digo visíveis porque juntos continuamos.

4 Não me veja, porém, saudosista, à maneira de um carro que unicamente conseguisse viajar a marcha-à-ré. Estamos pra-frente, precisamos caminhar.

5 Por isso, querida mamãe, aí no seu canto, com a nossa Lu e nossos amigos, receba aqueles votos de tradição. Felicidades e mais felicidades pra seu coração, junto do nosso querido Pescador, das irmãs queridas e de todos aqueles que são parcelas de nossa vida.

6 Lembro-me aqui de outros corações maternos e peço a permissão para registrar o meu reconhecimento.

7 Muito obrigado à vó Lourdes, pelos conselhos, acompanhados de bolos que ainda me deixam com água na boca…

8 Muito obrigado à vó Genoveva pela paciência vigilante, observando a que maneira me encaminhava com as boas companhias.

9 Muito obrigado à tia Maura pelas conversações brilhantes em que me encontrava sempre com novos conhecimentos.

10 Muito obrigado à mana Yolanda pelos pitos no catecismo.

11 Muito obrigado à mana Rachel pelas boas roupas do Shell em que ela se lembrava do irmão que seguia pra frente tomando corpo…

12 Muito obrigado à querida irmã Selma, mãezinha de muitos sonhos, pela plantação das saudades que já estão pesando demais.

13 Muito obrigado à querida Lu, mãezinha de lindas bonecas, pelos bilhetinhos.

14 Muito obrigado à Dona Aida Midon pelo medo com que receava a minha queda do telhado quando me dispunha a examinar as antenas de televisão.

15 Muito obrigado à tia Nena pelos pitéus de Mococa…

16 Muito obrigado à Dona Marinete Arantes, pelas preces com que me recorda a inutilidade, embora o meu desejo de servi-la.

17 Muito obrigado à Dona Palmira do Lar Esperança, pelas oportunidades de trabalho que nos vem concedendo.

18 E Dia das Mães é também dos amigos que todos temos mães queridas no coração.

19 Muito obrigado ao companheiro que trocou a camisa comigo, a meu pedido, até que estaquei no tronco da retirada sem saber se estava de camisa em cor de rosa ou em azul…

20 Muito obrigado ao Lula, que, por vezes, retira flores de outros recantos das moradias de pedra, como lembrança, para me oferecer à memória, no pedacinho de chão casabranquense em que ficou minha roupa em desuso…

21 E agora, querida Barata, pra você os agradecimentos do seu filho que é ainda o seu menino tão pobre de tudo e que você sempre considerará um gênio incomum.

22 Muito obrigado por tudo o que você me proporcionou em sustento e reconforto, pelas ordens de chegar cedo em casa, pelas palavras firmes em que me defendia da gula, quando os meus olhos pareciam maiores do que a barriga…

23 Muito obrigado pela escolha dos amigos que você conhecia como ninguém para que eu crescesse estudando e aprendendo a trabalhar…

24 Muito obrigado pelos petelecos, quando o meu temperamento queria deslanchar para o pior…

25 Muito obrigado pelos livros de escola, pelos cadernos, pelas merendas, pelos avisos às professoras para que apertassem a mão comigo, pela roupa lavada, como se eu diariamente devesse andar como um fidalgo, pelos cuidados com a preparação do leito em que dormia e por aqueles momentos de gripe e catarro escorrente, quando você vinha calçada apenas de meias, para inclinar-se sobre seu filho e saber se eu realmente estava dormindo e sem febre…

26 Tantos agradecimentos. Só de palavras, heim mamãe? Mas por dentro de mim há um coração batendo com seu nome. É seu, sempre seu, porque nesse apartamento, você é a proprietária que orienta e comanda sempre.

27 Queria escrever muito, mas não posso continuar. Estou observando a nossa querida Selma. Tenho feito o possível para aliviá-la e confio em Deus para que a vejamos fortalecida, enfrentando os caminhos de formação estudantil.

28 A parada não é moleza. Ficar fora de nossa casa para mim era o mesmo que ficar desabrigado.

29 Esperemos. Receba, com o querido papai Lauro, com a Lu, minha correspondente mais assídua e com todos de casa, um beijo de saudade e esperança, carinho e muito amor do seu filho, sempre seu filho de todos os pensamentos,


Laurinho


IDENTIFICAÇÕES


TIA MAURA — Casada com o Sr. Francisco Glauco Basile, irmão de Lauro, pai de Laurinho, residentes em Casa Branca.

AIDA MIDON — Nossa vizinha a quem Laurinho prestou pequenos serviços desde pequeno, principalmente se relacionando com a parte elétrica. Senhora do Prof. Midon, já citado anteriormente.

DONA PALMIRA — Palmira Marchi, a mãe como é chamada por todos que a conhecem. Abnegada fundadora do Lar Esperança, que hoje conta com centenas de crianças. Esposa do Sr. Atílio Figueiredo. Tratam as crianças com muito amor e já contam com mais de 300 netos, filhos de suas protegidas.


Priscilla Pereira da Silva Basile


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