O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gaveta da esperança — Mensagens familiares de Laurinho


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Participação nos problemas familiares

1 Uberaba, 2 de março de 1979.

2 Mãezinha Priscilla, um beijo com o meu pedido de bênção.

3 Roguei com a força das requisições do peito um momento maior para escrever ao seu carinho e aqui estou, com a alegria de sempre.

4 Não julgue que me houvesse afastado de nosso intercâmbio. Apenas senti que um aguaceiro forte se fizera no terreno de nossas comunicações recíprocas e abriguei-me sob as marquises da oração, esperando que o tempo fosse devidamente pacificado. Agora com a atmosfera mais serena, posso conversar. Tenho estado presente em todos os nossos acontecimentos familiares.

5 Estou seguindo o problema de nossa querida Selma, embalada para seguir no rumo dos estudos em Campinas.

6 É isso mesmo, querida Barata. O lar acalenta os filhos, copiando o calor dos ninhos em que as aves se emplumam. A princípio, a família canta e luta unida, mas depois que os filhotes consolidam as próprias asas, haja céu para os voos.

7 Pense nisso, não somente em relação à nossa querida Mirta, mas também lembrando a mudança do Peter e da Yolanda para São Carlos, com o Gustavo e o Guilherme. De qualquer modo, fique tranquila, porque os nossos pássaros estão no mesmo campo de sempre, de vez que, em meu problema, o voo foi compulsório de uma vida para a outra. 8 Ainda assim, o nosso amor venceu a morte e continuamos com o nosso querido Pescador para a frente.

9 Peço à nossa Selma permanecer com as ideias de casa, pois vejo-a inspirando caminhos retos ao nosso amigo Zé Carlos e sei que ela continuará sempre a menina responsável que Deus nos concedeu à convivência.

10 Acompanhamos o caso da nossa pequena Rafaela e esperamos que os diálogos dos adultos para com a querida sobrinha não lhe precipitem a imaginação para exercícios mediúnicos, presentemente desaconselháveis para a idade verde em que a vemos.

11 Mãezinha, aqui está conosco o Evaldo Monteiro que abraça a nossa irmã Eunice com o devotamento de filho que é sempre um tesouro em seu belo coração.

12 Somos vários companheiros aqui, mas não posso minudenciar. Devo enviar um recado de carinho e gratidão à tia Nena, que para mim ficou sendo a “outra mãe” a mãe Nena. Desejo dizer para ela que agradecimento não morre e que prossigo fiel às amizades que Jesus me concedeu. Posso comunicar a ela que o “papai Zoti” vai seguindo bem, auxiliando-a, quanto pode, na trabalheira em que os dois sempre foram sócios no armazém da bondade.

13 Tia Nena é aquele jardim de gentileza e abnegação que conhecemos e peço a Deus para que a felicidade lhe brilhe nas horas sempre dedicadas ao bem. O José Ataíde, o rapaz da família dela que também veio para cá, na pressa que me assinalou o retorno à vida espiritual, está em pleno refazimento e creio que em breve retornará às suas atividades junto à família nos setores do auxílio.

14 Mãezinha a carta está pronta, mas no fim de tanta cousa escrita o que fica é aquele desejo de mais intercâmbio e mais presença. Mas estou agradecido por todos os bens com os quais me vejo agraciado.

15 Por último peço à sua bondade, tanto quanto ao meu pai Lauro, visitarem o nosso estimado amigo e nosso médico tio Ângelo e a esposa dele, tia Antonieta, em nosso nome, afirmando-lhes que muitos amigos estão colaborando para que a saúde de ambos seja enriquecida com melhoras positivas e seguras.

16 Agora, querida Barata, é o “até depois”. Faça por mim uma lista dos nomes de todos os nossos e distribua por mim as lembranças. O serviço está chamando e não posso continuar, até mesmo para o alívio de todos os irmãos que se integram aqui numa vibração de amor fraternal, sincera e segura, oferecendo suporte necessário para que eu possa escrever.

17 Aqui, os melhores pensamentos do seu Laurinho, repartindo com meu pai, com as irmãs e os irmãos que as desposaram, com as queridas avós, com o tio Antônio e com todos os nossos, sempre seu na soma total dessas parcelas do coração, sempre seu filho reconhecido


Laurinho


A cada carta de Laurinho, acrescentamos em nossa soma, de dois anos e alguns meses, mais uma parcela de débito para com Deus nosso Pai.

Agora nos traz a certeza de que convive conosco, acompanha os problemas da família e se preocupa com eles, pois nos oferece orientação em hora certa.

Quanto ao “aguaceiro forte” que atravessamos, diz respeito a um grande problema, muito particular do qual apenas um reduzido número de pessoas tem conhecimento. Esse fato não foi tão só uma pedra no meu caminho, mas uma enorme pedreira que, graças a Deus, pude vencer com muita fé, embora tenha chegado a uma temível hipertensão. Mas compreendi que, afinal, tudo isso foi um grande teste diante do Pai.


IDENTIFICAÇÕES


PESCADOR — Maneira de tratar o pai, exímio pescador.

ZÉ CARLOS — José Carlos Basílio Menezello, estudante, grande admirador de Selma, residente em Casa Branca.

TIA NENA — Maria Ferreira Rodrigues, cujo apelido era D. Nena. Laurinho, juntamente com Carlão e Marquinho, ambos de Tambaú, morou em sua casa em Mococa, quando estudava, durante três anos.

PAPAI ZOTI — Joaquim Fidelis Rodrigues marido de D. Nena. Grande amigo de Laurinho, comerciante, desencarnou em 22.2.1977, dois meses depois de Laurinho.

JOSÉ ATAÍDE — Pertencente à família de D. Nena. Em vida não conheceu Laurinho. Desencarnou em acidente de carro, na estrada Mococa/Casa Branca, em 20 de janeiro de 1977, com apenas 23 anos de idade.

TIO ÂNGELO — Dr. Ângelo Brívio, médico muito conceituado, padrinho de batismo de Laurinho juntamente com sua senhora.

TIA ANTONIETA — Antonieta Ciambra Brívio, esposa do Dr. Ângelo Brívio, residente em Casa Branca.


Priscilla Pereira da Silva Basile


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