O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gaveta da esperança — Mensagens familiares de Laurinho


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Recados

Os dois primeiros períodos, desta bela e comovente carta, nos revelam que a melhor maneira de ajudarmos nossos filhos no Mais Além consiste em nos fortalecermos para sufocar qualquer atitude de desespero.

Se nos entregarmos à perturbação, a nossa angústia os alcançará fazendo com que sofram por nossa revolta, nossa saudade e nossa dor.

Notem como Laurinho se expressa em sua carta: tive permissão

Naturalmente, o Plano Espiritual tem critérios para conceder essa permissão, os quais desconhecemos.

E justo que nós, mães, esperemos a manifestação de nossos entes queridos, contudo, é necessário considerar os fatores que a possibilitem e que, numa visão mais simples, envolvem o nosso comportamento, a nossa necessidade e o nosso mérito, assim como a situação daqueles que partiram.

A Doutrina Espírita nos esclarece que a adaptação do Espírito recém-liberto do corpo no Mundo Maior depende da forma que aceita a nova situação, da bagagem de conhecimentos que ajuntou na existência acerca da vida espiritual, assim como depende dos laços que o ligam ao que ficou para trás, principalmente os laços afetivos.

Nestas condições, se nós, mães, nos conformarmos com os desígnios de Deus, estaremos desatando amarras poderosas que poderiam reter nossos entes queridos num ciclo de perturbação. Se formos mais além, e deixarmos que o nosso amor maternal se derrame em benefício de outras criaturas desvalidas, na caridade profícua estaremos oferecendo-lhes energias que irão ajudá-los na reintegração em sua pátria de origem.

Por isso mesmo, ao receber esta dádiva de Deus uma carta de Laurinho — peço a vocês, mães, que não se torturem no desconsolo improdutivo, mas que procurem ajudar os que sofrem, distribuindo exemplos de uma grande Fé e de muita Coragem.

Na civilização mecanizada, conturbada, em que vivemos, raramente nos detemos para tomar consciência de que estamos de passagem, em processo de reeducação e que podemos, sempre, recorrer Àquele que a tudo provê.

Afinal, devemos nos lembrar de que nada somos diante da grandiosidade do Criador, e se temos esse Celeiro Divino nada justifica que nos esqueçamos de levantar os olhos e o coração para o alto; para rogar ao nosso Pai, o único capaz de nos reerguer, orientar e guiar.

Estudando a Doutrina Espírita, vemos claramente, e podemos compreender, porque os Espíritos vêm pedir, encarecidamente, aos seus familiares, para que não chorem.

Minhas irmãs, com nossas lágrimas de desespero só podemos aumentar o sofrimento dos nossos entes queridos, dificultar-lhes a aceitação da nova vida.

Observem nas milhares de mensagens de recém-desencarnados, psicografadas por Chico Xavier, o médium por excelência, que todos, ou quase todos, vêm solicitar que cessem as lágrimas e que se aceite com resignação essa continuidade de vida, para a Verdadeira Vida, embora com saudade, a qual se transforma em “presença sem presença, e ausência sem ausência” (Espírito de José Tadeu Banchi).

Desde o primeiro minuto em que enfrentei a realidade que nosso Laurinho havia partido, tenho pedido insistentemente ao nosso Pai para que lhe dê coragem e aceitação, assim como compreensão total da vida na qual ingressou.

Acredito que isto tenha acontecido: Laurinho compreendeu perfeitamente que não poderia retornar ao lar, aos familiares e aos amigos.


Priscilla Pereira da Silva Basile


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