“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados.” — Paulo. (HEBREUS, 12.12)
1 O lavrador desatento quase sempre escuta as sugestões do cansaço. Interrompe o serviço, em razão da tempestade, e a inundação lhe rouba a obra começada e lhe aniquila a coragem incipiente. Descansa, em virtude dos calos que a enxada lhe ofereceu, e os vermes se incumbem de anular-lhe o serviço.
2 Levanta as mãos, no princípio, mas não sabe “tornar a levantá-las”, na continuidade da tarefa, e perde a colheita.
3 O viajor, por sua vez, quando invigilante, não sabe chegar convenientemente ao termo da jornada. Queixa-se da canícula e adormece na penumbra de ilusórios abrigos, onde inesperados perigos o surpreendem. 4 De outras vezes, salienta a importância dos pés ensanguentados e deita-se às margens da senda, transformando-se em mendigo comum.
5 Usa os joelhos sadios, não se dispondo, todavia, a mobilizá-los quando desconjuntados e feridos, e perde a alegria de alcançar a meta na ocasião prevista.
6 Assim acontece conosco na jornada espiritual.
7 A luta é o meio.
O aprimoramento é o fim.
8 A desilusão amarga.
9 A dificuldade complica.
10 A ingratidão dói.
11 A maldade fere.
12 Todavia, se abandonarmos o campo do coração por não sabermos levantar as mãos, de novo, no esforço persistente, os vermes do desânimo proliferarão, precípites, no centro de nossas mais caras esperanças, e se não quisermos marchar, de joelhos desconjuntados, é possível sejamos retidos pela sombra de falsos refúgios, durante séculos consecutivos.
Emmanuel