“Guardai-vos dos cães.” — Paulo. (FILIPENSES, 3.2)
1 Somos imensa caravana de seres, na estrada evolutiva, a movimentar-se, sob o olhar do Divino Pastor, em demanda de Esferas mais altas.
2 Em verdade, se prosseguimos caminho afora, magnetizados pelo devotamento do Condutor Divino, inegavelmente somos também assediados pelos cães da ignorância, da perversidade, da má-fé.
3 Referindo-se a cães, Paulo de Tarso não mentalizava o animal amigo, símbolo de ternura e fidelidade, após a domesticação. Reportava-se aos cães selvagens, impulsivos e ferozes. No rebanho humano, encontraremos sempre criaturas que os personificam. São os adversários sistemáticos do bem.
4 Atassalham reputações dignas.
5 Estimam a maledicência.
6 Exercitam a crueldade.
7 Sentem prazer com a imposição tirânica que lhes é própria.
8 Desfazem a conceituação elevada e santificante da vida.
9 Desarticulam o serviço dos corações bem-intencionados.
10 Atiram-se, desvairadamente, à substância das obras construtivas, procurando consumi-las ou pervertê-las.
11 Vomitam impropérios e calúnias.
12 Gritam, levianos, que o mal permanece vitorioso, que a sombra venceu, que a miséria consolidou o seu domínio na Terra, perturbando a paz dos servos operosos e fiéis.
13 E, quando o micróbio do ódio ou da cólera lhes excita a desesperação, ai daqueles que se aproximam, generosos e confiantes!
14 É para esse gênero de irmãos que Paulo solicita de nós outros a conjugação do verbo guardar. 15 Para eles, pobres prisioneiros da incompreensão e da ignorância, resta somente o processo educativo, no qual podemos cooperar com amor, competindo-nos reconhecer, contudo, que esse recurso de domesticação procede originariamente de Deus.
Emmanuel