“Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre.” — Paulo. (FILIPENSES, 4.20)
1 Quando o vaso se retirou da cerâmica, dizia sem palavras:
— Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.
2 Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio:
— Bendito seja o malho que me deu forma.
3 Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamava, sem voz:
— Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente, preparando-me a beleza.
4 Quando a seda luziu, formosa, no templo, asseverava no íntimo:
— Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.
5 Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu, apressada:
— Bendita a terra escura que me encheu de perfume.
6 Quando o enfermo recuperou a saúde, gritou, feliz:
— Bendita seja a dor que me trouxe a lição do equilíbrio.
7 Tudo é belo, tudo é grande; tudo é santo na casa de Deus.
8 Agradeçamos a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.
9 A alvorada é maravilha do céu que vem após a noite na Terra.
10 Que em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre.
Emmanuel