1 Querida mãezinha, querido pai, a bênção de Deus nos envolva.
2 Tomo o lápis, a fim de trazer-lhes a mensagem de carinho e gratidão que desejo formular desde muito.
3 Compreendo que vozes mais autorizadas poderiam ocupar o ensejo que me favorece, de modo a transmitirem conforto e instrução que não me sinto ainda em condições de interpretar.
4 Ainda assim, o nosso amigo Dr. Bezerra de Menezes recomendou-me falasse aos pais queridos, qual se me fosse permitido expressar a todos os corações presentes à nossa reunião, a palavra do Mais Além, destacando a bênção da esperança e a imortalidade da vida.
5 Pais queridos, à maneira de tantos filhos transferidos para cá recentemente, pedi e me foi concedida a oportunidade de permanecer mais perto dos entes amados, cooperando e agindo em tarefas do bem, junto às instituições da Terra mesmo.
6 Tenho comigo hoje, por isso, a experiência de tantos amigos que regressam para a Vida Maior violentamente e os exemplos de fé viva em Deus, doados a nós todos por mães e pais do mundo, martirizados de angústia e saudade, perante as vidas quase sempre verdes que as mãos da morte lhes arrancaram à convivência.
7 E uma nova modalidade de esporte me atrai presentemente a exercícios constantes, quais sejam, a corrida ao bem, disputando a oportunidade de servir; 8 o salto sobre os obstáculos da Terra que, tantas vezes, em forma de incompreensão ou discórdia impedem as realizações da beneficência; 9 a ginástica do perdão, pela qual se nos desenvolvem novos músculos mentais de resistência na luta renovadora, em que a Divina Providência nos situa em momentos especiais do caminho; 10 as partidas afetuosas da caridade, em que buscamos adiantar-nos no serviço ao próximo, procurando auxiliar com mais segurança; 11 o atletismo do trabalho incessante na construção da vida melhor para os nossos irmãos em Humanidade; 12 e as edificações da renúncia aos nossos próprios desejos, através da qual consolidamos qualidades de Espírito que é muito difícil fixar em nós mesmos…
13 Isso poderá parecer que me matriculei em treinamentos de santidade, o que não acontece. Prossigo tão humano agora, quanto ontem, necessitando de semelhantes tarefas, a fim de permanecer ao lado dos pais queridos, de nossa Adriana e de nossa Giorgia, a modo de amor em sentinela infatigável.
14 A propósito, peço-lhes continuidade no auxílio à minha querida Adriana, para que a vejamos fortalecida e renovada no interesse de viver. Reconheço que não tem sido fácil para a querida companheira desprender-se de nossas lembranças mais íntimas.
15 Nossa felicidade foi plantada no solo profundo da compreensão recíproca e nem Adriana e nem eu somos capazes de desraizar a planta constantemente florida de nosso imenso amor, com a nossa querida Giorgia por traço luminoso e cada vez mais vivo de nossa união. Deus será nossa fortaleza e nosso auxílio.
16 Aqui na Vida Espiritual, os assuntos da confiança no Poder Divino são mais vivos e imediatos ao coração. Enquanto na Terra, as nossas impressões se dissociam e os temas da alma como que se demoram em posição secundária mas agora, aqui aprendemos a orar e confiar com eficiência.
17 Peço à querida mãezinha, não se entristecer se a querida neta permanece mais tempo com a vovó Zulmira e com o vovô Sérgio. Isso não expressa ausência ou desinteresse. É que a nossa Adriana ainda sofre os traumas do 20 de janeiro, de dois anos passados. E os conflitos da companheira querida em recordando a separação violenta são ainda muito grandes. Embora essa observação, não podemos esquecer que as melhoras dela são evidentes. Atendamos ao trabalho gradativo da recuperação.
18 Agradeço à nossa querida Bruna a presença entre nós — a querida “Tia” Bruna que está em meu agradecimento de sempre.
19 Desejo dizer a ela que o nosso amigo Carlo, a pouco e pouco, se voltará para o clima da felicidade sempre nossa. 20 As provas do mundo são lições. Até a morte do corpo é um ensinamento pelo qual se nos testam os sentimentos do amor e da fidelidade, uns para com os outros. “Tia” Bruna é esse coração de paz e ternura que conhecemos e Jesus lhe concederá a realização das suas melhores esperanças de esposa e mãe.
21 Estamos nessa noite, lembrando o natalício espiritual de nosso amigo Augusto. Desejo registrar o acontecimento, porque irmãos e irmãs nossos, aqui presentes, são unânimes no reconhecimento aos familiares queridos que se nos associaram ao preito de carinho e amizade pelo companheiro, à cuja dedicação devemos tanto. Nossa irmã Pia Maciel presidindo-nos a comissão de cordialidade e companheirismo, pede a Deus abençoe a nossa irmã Yolanda e corações amigos de nosso lado, como sejam as irmãs Marcondes e muitos outros amigos de nossas reuniões, agradecem as lembranças distribuídas, para com a nossa família maior em nome do querido aniversariante.
22 Nossas festas estão agora transformadas. Ao invés de concentrarmos as alegrias da abastança e do tempo, entre as paredes de casa, Graças a Deus, estamos aprendendo a estender esses tesouros para com os nossos irmãos em problemas e dificuldades maiores do que os nossos. Estamos contentes e reconhecidos, pedindo a Deus para que a felicidade reine conosco.
23 Pai querido e querida mãezinha, em nossa companhia temos o vovô Savério, o tio Alfonso, o tio Caetano, a irmã Viviana, o irmão Vicente, o vovô Coggiola e a vovó Eulália, compartilhando de nosso contentamento. Faço questão de assinalar-lhes a presença, pois isso me auxilia a ser simples e reconhecido àqueles que tanto nos concedem, quanto ao carinho e à assistência espiritual de que necessitamos para viver e conviver.
24 Agradecemos as lembranças de todos os amigos, sem nos esquecer de salientar a nossa gratidão aos queridos amigos Sílvio e Nair.
25 Agora, é o nosso abraço, com os votos de Boa Noite, significando a nossa prece a Deus pela felicidade constante de todos.
26 Papai sempre lembrado e querida mãezinha, reunindo ambos com a nossa Adriana e com a nossa Giorgia em meus pensamentos, peço recebam todo o amor e todo o reconhecimento do filho que se sente cada vez mais feliz por pertencer-lhes com toda alma e coração.
27 Sempre o filho e companheiro de todos os instantes, sempre mais confiante em Deus e sempre mais agradecido e feliz,
Ério
COMENTÁRIOS
Com imenso reconforto, vimos nestas linhas, que a fé, sincronizada com o amor, são esteios que amenizam os corações amargurados.
Para o jovem Ério, que trazia em sua bagagem material a posse de vários títulos profissionais e vários troféus de vida esportiva, brilhava nas competições não ocorreria, decerto, pudesse partir para o Mundo dos Espíritos ao desviar-se de um animal em plena Rodovia dos Imigrantes, num lamentável acidente de carro.
O desânimo, a tristeza e as preces a Deus na recuperação da querida esposa, que estivera desacordada por três dias, foram constantes.
Filho único, seus pais choravam com a dolorosa realidade. Para se consolarem, e ávidos de notícias, rumaram para Uberaba. As cartas chegaram e neste volume publicamos uma delas.
PESSOAS E FATOS
Francisco Savério M. S. E. Orlandi: Nascimento: 25.4.1942. Desencarnação: 20.1.1975.
Pais: Domênico Orlandi e Elda C. Orlandi — Rua Traipu, 1285, São Paulo — SP.
Esposa: Adriana Lunardelli.
Filha: Giorgia Lunardelli Orlandi.
Avô: Francisco Savério, paterno desencarnado.
Avós: Ísisto Coggiola, materno, desencarnado; Eulália Postiglione, materna, desencarnada.
Tios: Carlo Babbini, paterno. Alfonso Orlandi, paterno, Caetano, Vicente, paterno, desencarnados.
Bruna Mazzantini, residente na Itália.
Viviana Lunardelli, cunhada, desencarnada.
Amigos Espirituais: Augusto Cezar, Pia Passini Maciel, Célia Marcondes, Maria Helena Marcondes.
Amigos da Família: Yolanda Cézar, Sílvio e Nair.
Rubens S. Germinhasi