O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão Doutrina espírita - 2ª parte.

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Fé e vida — Autores diversos

Capítulo 14

O Homem e o Evangelho

Pedro Leopoldo (MG), 16 de julho de 1937.

1 “Por que sendo um só o Evangelho de Jesus, existem dele as mais variadas interpretações?”

2 O Evangelho é um só.

3 Apesar dos séculos que passaram sobre a palavra amorosa do divino Mestre, a sua lição atravessou todas as idades para nos felicitar com o seu saber atualíssimo.

4 O grande código de amor do Cristianismo nada perdeu em seus valores, no que se refere à sua primitiva pureza.

5 Mas, os homens, dentro dos labores inúteis da vaidade e, muitas vezes, inspirados pelos seus interesses inferiores, quiseram, nos seus núcleos isolados, talhar o Livro Eterno a seu talante.

6 Em nome da Doutrina de amor do Crucificado, mataram-se uns aos outros.

7 Criaram institutos tirânicos como a Inquisição, que exterminou alguns milhões de seres humanos, estabelecendo as discórdias de toda a natureza.

8 Em nome do Evangelho inventaram ainda as indústrias da cruz, traficaram com o altar, venderam e deturparam as bênçãos divinas, levaram a miséria e a confusão a milhões de lares terrestres, aliando-se os falsos pregoeiros da Boa-Nova com a política da incompreensão das leis divinas para a realização de suas nefastas ambições de domínio.

9 Entretanto, o Evangelho é sempre o mesmo e somente na atualidade, com o esclarecimento de algumas coletividades à luz da lição consoladora do Espiritismo, o velário se vem descerrando, e a palavra do divino Mestre vem sendo interpretada na sua primitiva pureza.

10 E, se isso aconteceu e acontece ainda, nos tempos que correm, constituindo a causa de perturbação para muitos espíritos, é que a verdade da Revelação divina é sempre como a gota d’água cristalina, descendo dos espaços.

11 Caída no solo, a gota de orvalho mistura-se ao elemento que a recebeu, modificando-se ao infinito.

12 Se repousa nas terras pesadas e brutas, é um fragmento de lama; se, porém, caiu sobre um diamante, nada perderá do seu brilho e da sua pureza de origem.

13 A revelação espiritual terá o mesmo destino.

Será modificada na interpretação pessoal de cada um, apresentando-se nos aspectos mais diversificados, apesar da sua unidade substancial.

14 É conhecendo esse fenômeno trivial que apelamos sempre para que sejais o brilhante espiritual em consciência e em coração.

15 Com a santidade de intenções, com o propósito da prática do bem e com o discernimento necessário, sabereis guardar as preciosidades da Revelação celeste.

16 Dentro, assim, do conhecimento superior que vos felicita o coração, que saibais arquivar sempre a luz de toda a caridade e de todo o amor.

Emmanuel

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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