1 “Deus tudo vê, tudo sabe!…”
Falava Clarêncio França,
Mas furtava no comércio
O que levasse à balança.
Pedro Ventania
2 Condenava qualquer jogo
O amigo Joaquim da Mota.
Faleceu jogando cartas,
Olhando a cara da sota.
João Moreira da Silva
3 Sizínio, o irmão contra o álcool,
Sobre o assunto grita e xinga;
Ao morrer, deixou no quarto,
Um grande barril de pinga.
Sylvio Fontoura
4 Era o médium mais severo,
Lembrava um leão de arena…
Mas largou tarefa e povo
Levando bela morena.
Lulu Parola
5 Homem que prega moral,
Com pancas de inquisição,
Esse é o primeiro que cai
Nas ciladas da paixão.
Jair Presente
6 Isto notei nas andanças
Em vários climas da Terra:
Quem mais critica entre os homens
É a pessoa que mais erra.
Antônio Torres
7 Tinha tanto apego ao ouro
Que o coitado enlouqueceu,
Gritando, de praça em praça:
“O ouro do mundo é meu.”
Feliciano Gonçalves Simões
8 Lino Braz, o moralista
Doutrinava Dona Bela,
Só falava de virtude,
Mas depois fugiu com ela.
Cornélio Pires
9 Ginástica pelo rádio,
Povo ao frio de manhã.
E o professor dava as ordens
Num leito de seda e lã.
Natal Machado
10 O lucro das aparências
Que no mundo se arrecade,
Só prevalece na vida
Até que chegue a verdade.
Auta de Souza
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