1 Da montanha de luz, a alma contempla o vale escuro em que lhe compete trabalhar, na aquisição dos valores imperecíveis para voo aos Céus Mais Altos, e aprecia os aspectos da luta sob o prisma adequado à sua justa ascensão…
2 Cabe-lhe tomar a veste física, por algum tempo, à maneira do aluno que se prepara convenientemente para o ingresso à escola em que se lhe habilitará a competência ante o serviço mais nobre.
3 E o Espírito reflete em termos de eternidade disputando o trabalho mais árduo como recurso eficiente à vitória que almeja.
4 A opulência material afigura-se-lhe deplorável pobreza de elevação.
5 O contentamento de si próprio na gratificação dos sentidos aparece-lhe por reclusão no clima entorpecente do egoísmo.
6 A beleza física surge-lhe ao discernimento por perigoso empecilho ao triunfo, nas qualidades que pretende adquirir e aperfeiçoar.
7 A evidência social é interpretada ao seu correto juízo por fixador de lamentáveis ilusões, embora as nobres responsabilidades que essa mesma evidência é portadora.
8 O brilho da intelectualidade vazia sugere-lhe o acesso fácil à cristalização na vaidade e no orgulho.
9 E a casa terrestre sem problemas se lhe destaca à observação por túmulo de ameaçadora ociosidade em que, provavelmente, se lhe congelarão os melhores impulsos de aprimoramento.
10 Incorporado, porém, ao vale, eis que frequentemente se deixa enganar por miragens e fantasias, fugindo deliberadamente à realidade que, mais tarde, somente a dor e a morte lhe impõem de novo ao olhar.
11 Ninguém menospreze a luta e a provação, o trabalho e a dificuldade que, na Terra, nos favorecem o burilamento espiritual para a Vida Superior.
12 Façamos de cada dia um capítulo de serviço e bondade no livro de nossas relações ante a vida e os nossos semelhantes!
13 Que a alegria e a esperança, o otimismo e a fé nos ilumine a estrada, ainda mesmo quando sejamos induzidos a libertar nossas aflições em forma de lágrimas!
14 Sejamos, hoje, corações fraternos e amigos, irmanando-nos uns aos outros na solução dos enigmas que nos são próprios à experiência comum, porque, amanhã, a morte nos terá reunido novamente a todos no templo da verdade, furtando-nos ao engodo da fantasia e restabelecendo-nos a visão.
Emmanuel