“Pedro disse-lhe: E nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?” — (MATEUS, 19.27)
1 A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.
2 Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato: — “Que receberei?”
3 A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.
4 Que recebe o grão maduro, após a colheita?
O triturador que o ajuda a purificar-se.
5 Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre?
O fermento que a transforma para a utilidade geral.
6 Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno?
A graça de servir.
7 Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.
8 Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com ele, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.
9 Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.
Vencemos, em companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.
10 Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. 11 Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos. 12 Quanto mais conhecimento adquiriu, à mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.
13 Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.
Emmanuel
[1] Existe
outra mensagem de Emmanuel, também autêntica, muito parecida
com essa. As diferenças encontram-se nos indicadores 10 e 12, respectivamente.