1 Mãezinha querida!
Sei que hoje serás reverenciada, com todas as mães, em palácios festivos.
2 Tribunas luminosas serão erguidas para elogios públicos.
Entretanto, ansiava reencontrar-te, no templo do lar, que sustentaste com sacrifícios mudos.
3 Ouvi cânticos de profunda beleza, em louvor de teu nome, e atravessei larga fila de cartazes que te recordam na rua, mas, venho rogar-te a canção de simplicidade e doçura com que me embalaste o berço.
4 Árvore generosa, que me abrigaste o ninho de esperança, ensina-me como pudeste resistir às tempestades que te sacudiram os ramos!
5 Estrela, que me clareaste os passos primeiros, entre as sombras do mundo, conta-me o que fizeste para brilhar sem fadiga, na longa noite do sofrimento!…
6 Escutei muitos mestres e folheei muitos livros, no entanto, nenhum deles me falou tão intensamente de Deus, quanto a linguagem silenciosa dos teus beijos de ternura e as letras divinas, a transparecerem, inexplicadas, dos calos de trabalho que te marcam as mãos.
7 Associando-me às homenagens com que te honram lá fora, procuro inutilmente exprimir o amor que me inspiras e busco, em vão, externar reconhecimento e alegria, porque as palavras se me desfalecem na boca…
8 Quero proclamar que és a rainha de nossa casa e tento envolver-te a cabeça cansada com as flores de meu carinho, contudo vejo-te a coroa de lágrimas em forma de fios brancos e nada mais consigo dizer que sinto remorso, pensando nas dores e nas aflições que te dei.
9 Sim, mãezinha!
Há banquetes de regozijo que te esperam a melodia da bênção, mas, desculpa se te rogo para ficares comigo no enternecimento do coração.
10 Traze o pão pobre e alvo que me davas na infância, guarda-me no teu colo e repete, de novo, para que eu possa aprender: “Pai nosso, que estás no Céu”… ( † )
Meimei