1 Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto do coração, as luzes remanescentes do próprio grupo familiar.
2 Reflete naqueles que te preservaram a existência ainda frágil, nos panos do berço; nos que te equilibraram os passos primeiros; nos que te afagaram os sonhos da meninice e naqueles outros que te auxiliaram a pronunciar o nome de Deus.
3 Já que atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinam a valorizar os tesouros do tempo, nas dificuldades que terão vencido para serem quem são, no suor que lhes alterou as linhas da face e nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos…
4 E quando, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência… Não estarão, de certo, a ferir-te, e sim, provavelmente algo murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são especialmente queridos!…
5 Ama e respeita os companheiros idosos!… São eles as vigas que te escoram o teto da experiência e as bases de que hoje te levantas para seres quem és…
6 Auxilia-os, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam, no mundo, a hora do entardecer.
Meimei
(Anuário Espírita 1985)