O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Eles voltaram — Familiares diversos


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A vitória espiritual de dedicada esportista

Syumara, uma jovem alegre e simpática, deixou aos seus queridos pais, Sr. Dimas de Oliveira e D. Aracy Bellacosa de Oliveira; aos seus estimados irmãos, Dimas de Oliveira Júnior e Denise de Oliveira; aos demais familiares; aos seus amigos, e a todos nós que, agora, passaremos a conhecê-la, uma herança maravilhosa, tecida com os fios sublimes da resignação e da paciência, da compreensão e da fé.

Nascida a 9 de agosto de 1960, Syumara desligou-se do Plano terreno em 9 de novembro de 1979, na Capital Paulista.

Quem melhor do que o seu irmão, o seu querido Juninho — solicitado pelos seus pais —, para nos contar a sua história?

Eis a nossa entrevista:

Juninho, diga-nos algo sobre a personalidade de sua irmã.

— Minha irmã Syumara não era mesmo deste mundo… Suas atitudes eram tão puras e corretas que chegavam a nos deixar perplexos perante o seu caráter. Imagine você que ela ao namorar nunca saía sozinha com o namorado; não que meus pais proibissem, não. Ela somente concordava em sair acompanhada por um membro da família, a quem sempre deu um valor imenso…

Seu pai disse-nos que ela foi uma grande esportista.

— Syumara sempre se dedicou aos esportes, sempre sonhando um dia entrar numa Faculdade de Educação Física. Destacava-se em todos os esportes que praticava, até mesmo, futebol, esporte que praticou, com muita habilidade, até a idade de 15 anos.

O problema de saúde que a acometeu aos 16 anos, foi muito grave?

— Aos 16 anos, começou a sua missão na Terra, de sofrimentos… Foi diagnosticado câncer no joelho direito. Só agora entendemos que era a preparação de seu passaporte para o Além.

Em março de 1978, após numerosos tratamentos, ela foi internada em estado grave na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a fim de fazer a amputação da perna direita para salvar sua vida, que estava por um fio…

E ela sabia da gravidade do seu caso?

— Todos sabíamos o que ia acontecer, menos ela, que entrou na sala de cirurgia pensando que somente iriam fazer algumas radiografias. Durante horas, que nos pareceram anos, nos perguntávamos o que diríamos a ela, qual seria sua reação ao se ver sem a perna, e ao sentir-se tão brutalmente enganada. Qual seria sua reação? Ódio? Revolta? Como nos enganamos… Ao voltar da mesa de operação, e já sem a perna que havia marcado tantos gols, ao entrar no quarto, ela recuperou a consciência. Minha pobre mãe, dilacerada pela dor e pela angústia, saiu do quarto em prantos, sem ter coragem de encarar a filha que tivera de enganar para salvar a vida… No quarto fiquei eu, completamente apavorado, prevendo as piores reações possíveis, meu tio Fausto e nossa querida amiga e irmã de Espiritismo, Odete, juntamente com duas irmãs de caridade e psicólogas que haviam sido solicitadas para explicar à minha irmã o porquê da amputação.

Mas surpreendentemente, foi ela, Syumara, quem nos consolou e agradeceu pela medida que havíamos tomado, pois não suportava mais as dores cruciantes que sentia na perna. Em seguida, pediu para comunicar-se com nossos avós maternos, e ela mesma, por telefone, consolou-os, dizendo-lhes que uma perna perdida não a modificaria em nada, e que ela seria sempre a mesma Syumara. Depois mandou chamar minha mãe e meu pai, e disse-lhes com firmeza e autoridade na voz (o que lhe era bem peculiar) que a partir daquele instante não queria mais ver lágrimas, pois não havia motivo para desespero e choro.

Com o passar dos meses, ela continuou resignada?

— Depois desta fase, ela em nada modificou seu temperamento e nunca escutamos de seus lábios uma só palavra de queixa sequer. Nunca. Ao contrário do que se podia esperar, ela continuou com o mesmo bom humor de outrora, sempre com um sorriso a lhe iluminar o semblante, e às vezes, com a sua gargalhada a lhe estourar nos lábios tal qual uma cachoeira de alegria. E, ainda, dentro do possível, procurava ajudar minha mãe e minha irmã Denise nas tarefas diárias da casa.

Passamos um ano e meio tranquilos e felizes, apesar de uma vez por mês ela ter que se submeter a aplicações de quimioterapia.

Em agosto de 1979 ela começou a queixar-se de dores no tórax. O tumor havia invadido os pulmões. O prognóstico do médico foi bem claro: 3 meses de vida. Perdemos todas as nossas esperanças.

Mudamos de Taubaté para São Paulo, para ficarmos perto de nossos parentes, com a certeza de encontrarmos um porto, onde pudéssemos nos ancorar, quando tudo viesse a acontecer. No dia 9 de novembro de 1979, três meses após a sua última festa de aniversário, estávamos todos novamente reunidos, todos aqueles que cantaram Parabéns a Você, agora chorando a despedida de Syumara, que nos deixava com destino à Vida Maior.

Juninho, como você e sua família receberam as cartas do Além, de autoria de sua irmã?

— Creio que não há dor maior neste mundo, nesta nossa curta passagem pela Terra, do que a perda de um ente querido de nossa família. Mas, na nossa ignorância, que é perfeitamente compreensível, não aceitamos a realidade de que “eles”, na paisagem onde se encontram, estejam mais vivos do que nós, simples mortais, apegados a tantas insignificâncias materiais. Eu e minha família só fomos aprender o verdadeiro significado da palavra “morte”, quando começamos a frequentar o Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, onde, através do querido amigo Francisco Cândido Xavier, recebemos, até o momento, 5 mensagens psicografadas da minha saudosa irmã. Agora sabemos que Syumara está mais viva do que nós, e foi muito bem recompensada pela serenidade com que enfrentou as adversidades e provas que o destino lhe apresentou, em tão curto tempo de vida terrena.


“RECEBEMOS DE DEUS SEMPRE AQUILO QUE SE FAZ O MELHOR PARA NÓS” n


1 Querido papai Dimas e querida mãezinha Aracy, estou em prece, rogando a Jesus que nos ampare e abençoe.

2 Estou emocionada entre o desejo de escrever e a vontade de chorar, mas chorar de alegria pela oportunidade de me prevalecer do lápis a fim de endereçar-lhes as minhas notícias. 3 Muito difícil comunicar às letras os nossos estados de alma, além da grande transformação… Todas as expressões verbais falam do habitual; no entanto, esta imensa alteração para melhor, que vivo sentindo após o longo período de meu tratamento doloroso, é algo de indefinível para mim… 4 Em verdade, estou dividida. Ganhei equilíbrio e naturalidade para a vida, mas perdi a convivência no lar em que estimaria tanto haver permanecido, mesmo doente… E a saudade que nos aflige por dentro da própria alma, conquanto exteriormente tudo pareça renovação e alegria de novo.

5 Pai querido, peço-lhe… Rogo ao seu carinho, e à mãezinha Aracy, para que não lastimemos o ocorrido… Uma enfermidade longa na juventude, mal invencível que desafia todas as nossas forças, é igualmente uma Bênção de Deus. 6 Auxiliem-me a esquecer a dor, para me fixar na esperança. Temos necessidade de reerguermos em espírito, de modo a aceitar os ensinamentos da vida tais quais o são. 7 Se ponderarmos com segurança em derredor de nossos sofrimentos no mundo, concluiremos que recebemos de Deus sempre aquilo que se faz o melhor para nós.

8 Tudo passou nos domínios das reações difíceis do corpo e das aplicações terapêuticas que, aliás, quase não suportava mais. Espero que reflitam comigo, assim, para que não me sinta endividada de novo para o que se foi, olvidando a paz que devo encontrar adiante.

9 Mãezinha Aracy, e querido papai Dimas, evitemos o pessimismo. Observem o Juninho perto de nós, e meditemos em nossa Denise, que nos requisitam a melhor atenção. 10 É preciso viver, embora as aflições acumuladas no coração, e conservem a certeza de que surgirá o dia em que nos reencontraremos para a felicidade sem ponto final. Não me acreditem cansada ou diferente, porquanto me vejo em pleno refazimento.

11 A primeira pessoa a cuja frente me vi, logo após a liberação do instrumento físico, foi a vovó Aurora. Tantas haviam sido as dores, especialmente as dores da perna doente, que a ideia de haver atravessado a morte não me atemorizou… 12 Lembrei-me de que a vovó Aurora n havia partido pouco tempo antes de minha aparente despedida, e acolhi-me nos braços dela, qual se eu fosse uma andorinha desejando, ansiosa, a paz e sedenta de ninho. 13 A vovó me guardou junto do próprio coração, recomendando, e confiei-me ao sono reparador.  14 Despertando depois de uma parcela de tempo, cuja duração ainda desconheço, fui apresentada ao vovô Frederico n e à querida bisavó Nona Bellacosa. n As lágrimas de emoção me caíram dos olhos, porque não conseguiria outra maneira de exprimir-me, e hesitando entre a Vida Espiritual e a Existência Física, me demorei nas orações, aguardando o socorro dos mensageiros angélicos. 15 Sentia em mim toda a angústia que nos invadira a casa feliz, e confesso-lhes que sofri muito, tentando inutilmente voltar…

16 As lágrimas do papai e da mamãe pareciam gotas de fogo sobre os meus pensamentos e, por isso mesmo, meus primeiros tempos na Paisagem onde presentemente me encontro não foram fáceis…

17 Tive entretanto um grande reconforto. A nossa querida Egle, n a prima que me antecedera na viagem marcante da desencarnação, veio ao meu encontro, aclarando-me as ideias que se confundiam em minha cabeça. 18 Egle também sofrera o martírio da minha perna cortada e, identificadas em nossos problemas, em companhia dela fui melhorando, a ponto de conseguir voltar à casa e abraçá-los para amenizar as saudades muitas. Quero assinalar isto para consolo da tia Nadir e do tio Célio, porque me sinto confortada em lhes transmitir estas notícias.

19 Diante das novas experiências a que me submeto, rogo aos queridos paizinhos que me auxiliem com a serenidade e com a fé viva em nosso futuro, baseada na certeza de que Deus não nos desampara.  20 Pai querido, agradeço-lhe tudo o que fez ao lado da mamãe para que me curasse e continuasse em casa… Compreendi o amor em todas as providências, por vezes sacrificiais, a que se entregaram por minha causa… Agradeço por tudo, porque, em verdade, encontrei os melhores pais que o mundo pudesse dar…

21 Agora, tanto a nossa Egle, fulminada pelo acidente vertiginoso, quanto eu mesma, portadora de uma doença longa, estamos íntegras em nossa forma, n sem qualquer constrangimento ou alteração…

22 “Agradecemos aos pais queridos n todo o carinho que nos doaram, e esperamos que, um dia, o Senhor nos permitirá retribuir os tesouros de ternura de que enriqueceram a presença no mundo…”

23 Pais queridos, não consigo prosseguir em minha carta espontânea, reconstituindo todos os quadros que me preparavam a volta para o verdadeiro lar, diante da emotividade a que somos induzidos. A vovó Aurora julga melhor que lhes apresente a reafirmação do meu amor, e com a minha petição de paz, entre nós, que a oração nos auxiliará a entretecer.

24 Querido paizinho Dimas, o nosso intercâmbio prossegue… n Ouço quanto me fala o seu coração e procuro responder no silêncio, pedindo-lhe, calma e confiança.

25 Mãezinha Aracy, meu coração fica repartido entre os dois e com os irmãos a que me sinto ligada pelos melhores sentimentos de minha vida.

26 Esperarei que outras oportunidades nos favoreçam para o correio espiritual e, rogando a Deus que nos conserve sempre unidos e sempre fortes na fé, beija-lhes as mãos queridas a filha saudosa e confortada, com muita esperança e muito amor no carinho de sempre,


Syumara

Syumara de Oliveira


NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


1 — Carta psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 7/6/1980, em Uberaba/MG. n


2 — Lembrei-me de que a vovó Aurora havia partido pouco tempo antes de minha aparente despedida — Aurora de Abreu, avó paterna, desencarnou em 15/8/ 1979, com mais de 80 anos de idade, e Syumara em 9/11/1979.


3 — Vovô Frederico — Frederico Bicudo de Oliveira, avô paterno, desencarnado em 15/12/1939.


4 — Bisavó Nona Bellacosa — Rosa Masi Bellacosa, bisavó materna, desencarnada em 19/6/1960. Os netos costumavam tratá-la por “Nona” (avó, em italiano).


5 — Egle, a prima que me antecedera na viagem marcante da desencarnação — Egle Coelho faleceu em 16/3/1978, com 14 anos de idade, vítima de atropelamento. Esteve internada, em coma, com esmagamento em uma das pernas, por 25 dias. Seus pais, Célio Coelho e Nadir Bellacosa Coelho, na verdade primos de Syumara, eram chamados por ela, carinhosamente, de “tios”. Esta foi a primeira notícia que receberam da filha desencarnada.


6 — Estamos íntegras em nossa forma, sem qualquer constrangimento ou alteração… — os corpos físicos de ambas haviam sido mutilados mas, agora, os corpos espirituais (perispíritos) mostram-se perfeitos.


7 — “Agradecemos aos pais queridos todo o carinho que nos doaram” — É um agradecimento das duas jovens, pois a mãe de Egle estava presente à reunião.


8 — Querido paizinho Dimas, o nosso intercâmbio prossegue… — Ela era muito apegada ao seu pai. Viajava sempre com ele em fins-de-semana, principalmente para assistirem a jogos de futebol, ambos corintianos entusiastas. Quando Syumara ia aos estádios, para torcer pelo seu clube, usava blusa e chapeuzinho com emblema do Corinthians, não esquecendo também a bandeira… Sua mãe disse-nos: “Ela era a sombra do pai”.


9 — Esta carta foi publicada, na íntegra, pelo jornal Diário de Taubaté, de Taubaté/SP, em sua edição de 10/9/1980, com belo comentário de Ladiel de Carvalho.


SEGUNDA CARTA n


Laços de Amor

1 Querido paizinho Dimas e querida mãezinha Aracy, peço-lhes que me abençoem.

2 Volto a escrever-lhes, confirmando as notícias do meu reconhecimento, buscando estendê-lo à querida vovó Ízide, n ao vovô Dudú, n ao tio Fausto n e à tia Rosa, n com muito carinho à Denise, ao Juninho, à nossa Ana Paula n e à nossa querida Quica. n

3 Presentemente, papai Dimas, já me transferi de residência. Deixei o meu estreito apartamento da tristeza, para morar no Conjunto Esperança. n Tenho mobiliário novo nessa casa íntima. Adquiri um jardim suspenso de paz e disponho de muitos recursos para fazer música de alegria no coração.

4 O meu serviço de preces conta com a cooperação de muitas afeições dedicadas ao Bem, n e vou criando transformações incessantes, nas quais, porém, o amor é invariável. Em todos os meus rogos à Divina Providência o seu coração e a mãezinha Aracy estão incluídos.

5 Se a amargura me buscar, o que acontece de vez em quando, ao recordar o longo período em que me vi agrilhoada à enfermidade, peço a ela, com paciência e cuidado para se encaminhar à Farmácia do Socorro Divino, na qual existem remédios para todos os males. 6 Quero abraçar, ou melhor, prosseguir abraçando o serviço renovador em que me vejo, através do qual consigo me aproximar de nossa casa e partilhar das nossas aspirações do cotidiano.

7 A vovó Aurora me tutela os desejos e continuo em busca do melhor a fazer, a fim de conseguir condições para entrar em sintonia com a nossa felicidade de crer positivamente no amparo de Jesus, aceitando a presença dele em nossas vidas.

8 Agradeço a vovó Ízide as carinhosas reclamações com que me cobrou a lembrança pessoal em minhas notícias. A vovó tem razão, mesmo porque devo saber que ela se encontra em tratamento; e sua neta não deve e nem pode esquecer-se disso.

9 Pois, a propósito, desejo contar-lhes que a vovó Rosa Masi me perguntou porque não assinei o nome “Bellacosa” em minha carta. n Disse à querida Nona que, isso seria um meio de afirmar ao lado da mamãe Aracy que a nossa família é sempre linda em todas as direções. Farei isso hoje ao me despedir nesta carta.

10 Observarão comigo que não estamos longe da Terra mesmo. Os parentes são os mesmos Laços de Amor, ensinando-nos a ciência do relacionamento pacífico.

11 A nossa Egle, com quem me harmonizei tanto, aqui me solicitou para transmitir muito amor e reconhecimento à tia Nadir e ao tio Célio. Insisti para que escrevesse; n no entanto, a querida irmã do coração me afirmou não dispor ainda de estrutura emocional para escrever sem lágrimas. Espero, porém, que ela o faça em breve, para satisfação de todos.

12 Paizinho Dimas e querida mãezinha, com todos os nossos presentes recebam as minhas saudações esmaltadas de alegria pela felicidade de nos amarmos com tanta intensidade, uns aos outros.

13 Aqui devo terminar. Escrevi o que pude, conquanto a correspondência para casa é sempre um culto de amor que a gente estimaria conservar, sem as limitações do tempo. 14 Carinho a todos, e para os pais queridos, as melhores lembranças com todo o coração.

15 Da filha sempre reconhecida,


Syumara

Syumara Bellacosa de Oliveira


NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


10 — Carta psicografada pelo médium Francisco C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, MG, na noite de 12/7/1980.


11 — Vovó Ízide — Ízide Canevari Bellacosa, avó materna, disse-nos que chorou muito porque não foi lembrada pela neta na primeira carta. Chegou a comentar,, em família: “Syumara se esqueceu de mim”. Desta vez, observa-se, foi a primeira a ser citada após os seus pais, dizendo ainda: Agradeço à vovó Ìzide as carinhosas reclamações com que me cobrou a lembrança pessoal em minhas notícias. Esta frase surpreendeu D. Ízide, pois a sua reclamação ficou entre as paredes do lar, totalmente ignorada pelo médium.


12 — Vovô Dudú — Arthur Bellacosa, avô materno.


13 — Tio Fausto — Fausto Bellacosa, tio materno.


14 — Tia Rosa — Maria Rosa Varanda Bellacosa, tia materna.


15 — Ana Paula — Ana Paula Bellacosa, prima, filha do casal Fausto e Maria Rosa.


16 — Quica — Ana Cristina Bellacosa, prima, também filha do casal Fausto e Maria Rosa. Quica era o apelido carinhoso que Syumara havia colocado nesta prima, quando ela nasceu.


17 — Deixei o meu estreito apartamento da tristeza, para morar no Conjunto Esperança. Tenho mobiliário novo nessa casa íntima. (…) disponho de muitos recursos para fazer música de alegria no coração. — 26 dias antes da desencarnação, a sua família transferiu-se de Taubaté para um apartamento em São Paulo. Daí a referência ao “apartamento da tristeza”. Na véspera do falecimento de Syumara deu-se um fato interessante, contado pelos seus pais, e que merece registro, semelhante a vários casos documentados cientificamente pelos pesquisadores: Dr. Raymond A. Moody Jr., autor do famoso livro Vida depois da Vida (Editora Edibolso S.A., São Paulo, SP.); e Dra. Elisabeth Kubler-Ross, psiquiatra norte-americana. Syumara, após atravessar uma noite toda em coma, acordou pela manhã e disse: “— Adeus a todos. Agora eu quero voltar para o outro lado de lá.” Olhou de um lado e de outro, e continuou: “— Eu quero voltar para minha casa.” “— Mas você está em sua casa!” — responderam. E ela esclareceu melhor: “— Eu quero voltar para a casa do outro lado de lá.” Syumara não mais voltou ao assunto e seus pais entenderam, na época, que ela se referia à casa de Taubaté. Mas, hoje, deduzem que a filha já estava tendo uma vivência no Mundo Espiritual. E nós entendemos que a jovem esportista, com resignação e paciência, alcançou uma grande vitória espiritual, haja vista o ambiente de conforto, paz e trabalho em que vive na atualidade.


18 — O meu serviço de preces conta com a cooperação de muitas afeições dedicadas ao Bem. — Syumara é uma criatura admirável. Em tão pouco tempo de regresso ao Mais Além, já abraçou importante “serviço renovador”.


19 — Desejo contar-lhes que a vovó Rosa Masi me perguntou porque não assinei o nome “Bellacosa” em minha carta. Disse à querida Nona que, isto seria um meio de afirmar ao lado da mamãe Aracy que a nossa família é sempre linda em todas as direções. Farei isso hoje ao me despedir nesta carta. — D. Rosa Masi Bellacosa é sua bisavó materna, desencarnada há 20 anos. Syumara não foi registrada com o nome Bellacosa, mas devido ao seu carinho para com os avós Bellacosa, sempre dizia que, na maioridade, acrescentaria esse nome no seu. Por esta razão, a família colocou em seu túmulo o nome: “Syumara Bellacosa de Oliveira”.


20 — Insisti para que (a nossa Egle) escrevesse; no entanto, a querida irmã do coração me afirmou não dispor ainda de estrutura emocional para escrever sem lágrimas. Espero, porém, que ela o faça em breve para satisfação de todos. — Realmente, transcorrido apenas um mês, na madrugada de 16/8/1980, Egle (Espírito) escreveu a sua primeira carta aos seus pais.


TERCEIRA CARTA n


“As forças da vida me respondem às interpelações”

1 Querido paizinho Dimas e querida mãezinha Aracy, abençoem-me.

2 Nestas páginas ligeiras desejo unicamente dar um sinal de presença para exprimir-lhes o meu reconhecimento. Continuo melhorando junto à vovó Aurora e ao vovô Frederico.

3 Meus pensamentos vão adquirindo novos traços de renovação. Tenho procurado substituir em mim tudo o que recorde tristeza e amargura por elementos de otimismo e de esperança. 4 Com isso vou percebendo que as forças da vida me respondem às interpelações, motivo que me leva a compreender que as flores falam, as estrelas nos confiam maravilhosos segredos, o céu nos expõe a grandeza da vida e cada pessoa é, acima de tudo, alguém de Deus a pedir-nos, sem palavras, para que vejamos a presença de Deus nelas próprias, para que elas encontrem a presença de Deus igualmente conosco.

5 Queridos pais, rogo-lhes coragem e paz. Não sei agradecer o auxílio que me enviam, mas Jesus lhes oferecerá o que não posso… a Felicidade que merecem.

6 Nossa Egle está satisfeita por se haver comunicado com a tia Nadir e com o tio Célio, e me solicitou dizer que não se esqueceu do irmão querido a quem envia carinhoso abraço, lembrando-lhe o gesto fraternal.

7 Peço transmitirem o meu carinho aos irmãos queridos, aos quais agradeço a bondade com que receberam as notícias.

8 Querido papai Dimas, receba com a mãezinha Aracy todo o amor de sua filha e companheira, n sempre agradecida e sempre em seus passos com a dedicação de todos os dias,


Syumara


NOTAS


21 — Carta psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 16/8/1980, em Uberaba/MG.


22 — De sua filha e companheira — Este tratamento define o relacionamento filial, tão amoroso, que sempre teve para com seu pai. Companheira nos passeios, nas viagens, nas praças de esporte, na torcida corintiana…


QUARTA CARTA n


“Estou ouvindo os seus pedidos”

1 Querido papai Dimas, estou ouvindo os seus pedidos, n mas hoje escrevo ao seu carinho e ao carinho da mamãe, tão somente esta frase: “Amo a vocês dois cada vez mais.”

Abraços e beijos da filha,

Syumara


NOTAS


23 — Página psicografada pelo médium Francisco C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 13/9/1980, em Uberaba, MG.


24 — O Sr. Dimas, presente à reunião pública, deixou o salão quando o médium iniciou a psicografia, assentando-se num dos bancos externos. Recolhendo-se em meditações, passou a pensar em vários problemas, pedindo mentalmente à filha soluções aos mesmos, aguardando resposta por via mediúnica. A cartinha de Syumara, provando que “ouvia seus pedidos”, lhe proporcionou grande alegria. Por certo, os problemas serão aclarados no momento oportuno.


QUINTA CARTA n


“Sempre lendo a Cartilha da Esperança”

1 Querido papai Dimas e querida mãezinha Aracy, peço-lhes me abençoem.

2 Parece que sou hipnotizada pelos anseios do paizinho Dimas. Basta que ele me requisite a palavra, eis-me aí, tentando atender. Temos aqui muitos amigos, entretanto eles optaram pela concessão do lápis em minha mão, a fim de manifestar-me.

3 Papai, o seu entusiasmo por sua filha me envaidece, porque parte de sua ternura paternal, mas peço-lhe compreender que sua filha ainda é muito pobre de recursos para satisfaze-lo. Continuo lutando para consolidar os valores que requisito a fim de ser melhor; por isso mesmo, rogo as suas preces por mim, porque realmente eu preciso de semelhante auxílio.

4 Entendo o carinho com que a sua bondade me pede as notícias, e veja, papai Dimas, que se me fosse possível, desejaria estar constantemente ao seu lado e ao lado da mamãe Aracy.

5 A querida Egle veio comigo e com a vovó Aurora, e estamos em oração pela paz e pela felicidade dos queridos pais, da tia Nadir, do tio Célio e de todos os nossos. A Egle preocupa-se para se fazer sentir mais fortemente ao mano Éder, a quem já procuramos tranquilizar.

6 Papai Dimas, quando queira me oferecer alguma lembrança, ajude a alguém, lembrando-se de sua filha. Isso é a boa prática a fim de que eu tenha o meu caminho mais amplo no auxílio de que necessito a fim de seguir para a frente. 7 Rogo sempre, otimista, sempre lendo a Cartilha da Esperança, e não tenho motivos para me queixar, mas sinto por dentro de mim própria, a esforçar-me com mais vigor para atingir o porto da paz de maneira a servir em favor de quantos amamos.

8 Sei que as minhas cartas como que se parecem missivas de namorada dos pais queridos, mas sei que me compreendem e me perdoam.

9 Mãezinha Aracy, na Vida Espiritual, parece que o coração da gente se torna mais sensível e vocês dois, pais abençoados de meu caminho, são as duas almas queridas às quais posso me confiar inteiramente.

10 Peço ao papai Dimas procurar um tratamento de saúde com a orientação do médico de sua confiança, pois estou vendo essa necessidade. Papai, o corpo é a nave em que o Espírito viaja através dos dias, buscando realizar as tarefas que lhe foram confiadas. Por isso é preciso trazer semelhante barco sempre habilitado para a vida, tão tranquila quanto possível. Espero que o seu carinho me atenda para que me veja mais confiante.

11 Um abraço da Egle e igualmente meu para o tio Célio e para a tia Nadir, e para vocês dois, pais queridos, as muitas saudades e o carinho imenso da filha reconhecida,


Syumara


NOTA


25 — Carta psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 25/10/1980, em Uberaba/MG.


Hércio Arantes


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