1 Muitas aflições resultam de nossa inadaptação à realidade.
2 É que ainda, em nosso estágio evolutivo, é muito difícil sabermos ter sem reter.
3 Se observarmos a vida, com as lentes da compreensão mais alta, reconheceremos que tudo quanto acreditamos possuir, temos recebido e estamos recebendo da Divina Providência, em regime de usufruto.
4 A própria vida se encarrega de nos mostrar a inexistência da posse em caráter definitivo.
5 Entendemos o sentido legítimo da propriedade, na Terra, e respeitamos as leis que lhe ofertam garantia. Notamos, entretanto, que toda propriedade, com variações de tempo, se transfere, entre os homens, de determinadas mãos para outras.
6 Aquilo que, no pretérito, pertenceu aos nossos antepassados, nem sempre agora permanece sob o controle dos nossos descendentes.
7 As criaturas mais queridas estão vinculadas a fichas cármicas diferentes das nossas.
8 Os companheiros mais estimáveis estão submetidos a provas que desconhecemos.
9 Paisagens que considerávamos, ontem, por deleitosos retiros, encontram-se hoje transformadas por aqueles que nos substituíram, no Plano Físico.
10 À vista disso, recebamos todos os acontecimentos, tais quais são, cultivando o bem que se nos faça possível, sabendo que, em quaisquer crises da existência, nos problemas que se mostrem inacessíveis à nossa capacidade de solução, devemos entregar a Deus tudo o que a vida nos cedeu, por empréstimo, trabalhando e servindo sempre.
11 No sustento de nossa própria paz, estejamos conscientes de que a lei da mudança funciona em toda parte, em nome do Criador, não para que haja sofrimento e, sim, para que se realize o melhor.
Emmanuel