1 Vários escritores da Terra, em se referindo às mensagens do Mais Além, costumam indagar com humor:
— “Se o campo terrestre está repleto de provações, por que os mortos voltam aos lugares em que viveram? Não encontraram, porventura, mundos melhores que o nosso? Por que tamanha vinculação dos Espíritos desencarnados com a vida física? Por quê?”
2 Acontece que a pessoa desenfaixada do corpo físico, assim qual ocorre às criaturas humanas, tem a vida onde se lhe situa o coração.
3 É possível que milhares de seres, em se descartando do corpo denso da Terra, aspirem a conquistar novos estágios de progresso, em outros orbes ou em esferas outras de atividade espiritual, que se marcam por mais amplos característicos de elevação, mas, no tempo justo de semelhante mudança, refletem nos entes queridos que ainda permanecem na experiência terrestre.
4 E indagam de si próprias: seriam felizes em novos céus, sem a companhia daqueles aos quais se reconhecem ligados pelos sentimentos mais nobres? 5 Como deixá-los ao sabor das provações em que jazem desfalecentes, quando se lhes faz possível estender-lhes as mãos no socorro ansiosamente esperado? 6 Se atingiram a luz de que modo esquecer os entes amados, ainda nas trevas? 7 Ser-lhes-ia correto abandonar as pessoas que lhes invocam a intercessão e a defesa, corações que, na Terra, lhes consagraram especial carinho?
7 Daí nasce nos Espíritos, relativamente evoluídos e felizes, a vinculação com os Círculos de experiência física, às vezes, por tempo indeterminado.
8 Sentem-se impelidos a despertar as afeições de ontem para a esperança e para o bom ânimo de que necessitam para buscar o futuro melhor.
9 Leitor amigo, pelas razões expostas é que te ofertamos, com atencioso apreço, o presente livro que consubstancia o testemunho despretensioso do amor com que se interligam os entes amados que partiram ao encontro da Espiritualidade Maior e os que permanecem, no Plano Físico, evidenciando, mais uma vez, o espírito de sequência que preside as ocorrências da evolução e a certeza de que, com a perenidade da alma, o amor é também a nossa luz imortal.
Emmanuel
Uberaba, 12 de setembro de 1982.