O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Entes queridos — Familiares diversos


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Sylvio Quero Luque Júnior

São Paulo (SP) - 07 de abril de 1973.

São Paulo (SP) - 18 de abril de 1979.

Filho de Sylvio Quero Luque e de D. Anita Alvares Quero, Juninho deixou nosso convívio, partindo para a Vida Espiritual, aos seis anos de idade, em virtude de grave moléstia de rápida evolução.

Com os pais, permaneceu a irmãzinha Adriana, dois anos mais jovem que Juninho.


PALAVRAS DOS PAIS DO COMUNICANTE


“Recebemos a primeira mensagem do Juninho quatro meses depois de sua partida. Sentimos indescritível alegria por tão grande dádiva de Deus.

“A gente nem esperava a mensagem por estarmos pela primeira vez em Uberaba; não é possível descrever a emoção que sentimos.

“Ficamos com a impressão de termos recebido uma carta do filho que não morreu, mas que está viajando.”


Anita e Sylvio Quero Luque


PRIMEIRA MENSAGEM


1 Querida mãezinha Anita e meu querido papai Sylvio, a vovó Ana n me trouxe até aqui e coloca a sua mão sobre os meus dedos, para dizer que estou são.

2 Venho pedir para não chorarem tanto, mamãe e papai; tudo devia ser como foi.
Ninguém acredite que o nosso amigo Dr. Flávio tenha tido qualquer descuido. n Ele fez por mim aquilo que um protetor amigo realiza em auxílio de um menino que Deus lhe entregasse.

3 Perdoem-me, se dei tanto trabalho com aquelas dores que pareciam sem fim.

4 Aceitem, peço-lhes com todo o meu coração, as determinações que me retiraram da Terra na hora em que tanto me desejavam crescido e forte para ser o companheiro do futuro.

5 Papai, não pergunte mais a Deus por que aconteceu tudo aquilo; mãezinha, auxilie ao papai na compreensão do sofrimento. 6 Tudo me deram para que eu sarasse, mas aquele problema da dor era meu, por dentro de mim…

7 Tudo é para o bem. Assim aprendo hoje e quero aceitar a verdade.

8 Temos ainda a irmãzinha a me substituir e a vovó Ana, com a vovó Dolores, n me dizem que existem muitos meninos doentes que também são meus irmãos. Papai e mamãe, auxiliem a eles…

9 Às vezes, penso que estou num hospital repleto de crianças doentes e que chegam para me ver com os braços repletos de lembranças, para todos os que estão junto de mim. 10 Aí, então, parece que acordo desses pensamentos e reconheço que já estou em outro lugar diferente, mas deste lugar pude vir com a vovó Ana e falar que melhorei.

11 A vovó me recomenda escrever que ela me recebeu nos braços quando adormeci, para viajar até onde estou e deixar-lhes um grande abraço.

12 E eu, querida mãezinha Anita e querido paizinho Sylvio, lhes tomo as mãos entre as minhas para beijá-las e para dizer-lhes que estou em Oração a Deus para que a felicidade esteja sempre conosco.

13 Muito carinho, com saudades do filho muito grato que deseja crescer, para trabalhar, a fim de vê-los sempre mais alegres e mais felizes.

14 Sempre o filhinho, com todo o meu coração,

Juninho

Sylvio Júnior

18 de agosto de 1979.


SEGUNDA MENSAGEM DE SYLVIO QUERO LUQUE JÚNIOR, PSICOGRAFADA EM UBERABA (MG), NA NOITE DE 13 DE DEZEMBRO DE 1979 n


1 Querido papai Sylvio e querida mãezinha, peço me abençoem.

2 Estou aqui partilhando a mesma saudade e a mesma esperança.
Desde abril tantos dias passaram…

3 Noto que cresci um tanto mais. Parece que de tanto pensar com as ideias dos pais queridos, estou ficando um rapaz, como se o tempo não tivesse mais qualquer influência sobre mim.

4 Surpreendo-me a querer dialogar com os nossos, sobre os assuntos de agora e isso como que me arranca da meninice para a condição de adulto.

5 Não sei explicar. Qual se me houvesse matriculado num curso rápido de renovação, observo em mim mesmo essa ocorrência que me altera para melhor.

6 Estou conseguindo imaginar e confrontar as situações e as coisas com medidas diferentes daquelas de que eu dispunha. A vovó Ana me esclarece que estou retornando a mim próprio e continuo estudando a mim mesmo com o assombro de quem se vê transformado quase que de um dia para o outro…

7 Com essa nova imagem da vida, venho rogar a você, paizinho Sylvio, aquela serenidade que me fará mais tranquilo; a mãezinha Anita se esforça e encontra em si mesma a base de paz que a fé lhe garante, mas o senhor, o meu amigo de todos os instantes, o querido pai a quem me uno com tanto carinho, ainda não consegue lembrar-me com a segurança de que preciso para me reconhecer mais seguro.

8 Pai querido, estou melhor, mais forte.
Não acredite que eu poderia ter permanecido aí por mais tempo.
Sei que os seus sonhos de pai e de companheiro me situavam no futuro em que trabalhássemos juntos.

9 Ouço, ainda, as suas palavras queridas, marcando lugar para mim, nos dias que virão; no entanto, papai, a vovó Ana, a vovó Dolores, o vovô João, o tio Antônio e tantos amigos outros, que somente aqui vim a reconhecer, me informam que o tempo assinalado para a nossa união no Plano Físico devia ser realmente curto. n

10 Por isso mesmo, venho rogar a sua aceitação da realidade em que nos achamos.
As suas lágrimas do silêncio e dos recantos nos quais o seu carinho se coloca, a distância de todos, a fim de fixar-me com mais precisão na tela mental, muito me preocupam.

11 Paizinho, as dores já passaram. Agora é a vida a buscar o nosso entendimento para o melhor a fazer.
Recorde que mamãe e Adriana n e tantos corações outros dependem de sua firmeza e de sua calma.
Auxilie-nos com a sua conformação.

12 O trabalho do bem, associado ao trabalho de cada dia, nos dará reconforto. Tantas crianças lutando para sobreviver!
Tantos meninos aguardando mãos protetoras, a fim de crescerem para as tarefas que lhes são reservadas!

13 Auxilie-me com as suas forças e me habilitarei para cooperar nessa obra preciosa de amparo e de recuperação na faixa de serviço em que eu possa ser aproveitado.

14 O senhor, querido papai, me encontrará em outros pequenos que esperam a felicidade na Terra, qual me ocorria!
É certo que entrei numa felicidade de outro tipo, mas necessito de sua alegria e de sua tranquilidade para tomar posse dela!

15 Querido papai, eu amo a você com aquela confiança de sempre; mãezinha Anita saberá contar-lhe com que ânsia aguardava, cada dia, o seu regresso ao lar.

16 Tinha a ideia de que íamos ficar separados e cogitava de apegar-me cada vez mais à sua presença. Não fique triste com Deus porque eu tenha vindo assim tão cedo como supomos. Deus faz sempre o melhor.

17 Agradeço ao seu carinho todos os seus cuidados para comigo, ainda mesmo depois que voltei, trabalhando tanto para que minha memória seja guardada, mas peço-lhe autorizar a mãezinha a doar tudo o que seu filho haja deixado com utilidade para outras crianças.

18 Para nós, querido papai Sylvio, reservaremos a riqueza dos nossos corações unidos para sempre.
À medida que a sua paz se faça, mais forte e mais consciente de mim próprio me reconhecerei, conseguindo assim responsabilizar-me pelo trabalho novo e pelos novos estudos que aspiro a abraçar.

19 Mãezinha Anita compreenderá porque peço isso, de vez que ela igualmente se aflige com o seu abatimento. Ouço os pedidos da mamãe, solicitando apoio para o seu coração sensível e sei que a bondade de Deus não nos faltará.

20 O vovô Wenceslau n veio conosco e todos estamos fazendo votos para que o Natal em nossa casa seja repleto de paz e de confiança em Deus.

21 Peço aos meus pais não pensarem no Natal com qualquer recordação de sofrimento.
Lembremo-nos todos de que Jesus nos ama. Essa certeza para nós todos deve ser motivo de grande júbilo.

22 A vovó Ana me auxilia a escrever e me recomenda terminarmos as páginas de carinho em que nos achamos juntos.

23 Para a irmãzinha querida, muito amor como sempre e para os queridos pais, meus companheiros e meus protetores de sempre, todo o coração do filho que pede a Jesus a todos nos ilumine e nos abençoe.

24 Sempre o filho agradecido,

Juninho

Sylvio Júnior

13 de dezembro de 1979.



Obs. As notas de rodapé do livro impresso foram reunidas no capítulo Notas. Este livro foi rediagramado pelo compilador.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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