TEMA — Mediunidade e disciplina.
1 Diante das explosões de agressividade sentimental, é preciso considerar não apenas o quadro visível dos companheiros transfigurados de cólera ou desespero.
2 Se estudas mediunidade e percebes que ela se baseia, acima de tudo, em princípios de sintonia, pondera nas forças desequilibradas que atuam, frequentemente, nessas ocasiões, por trás da pessoa aparentemente sadia.
3 Na Terra, sempre nos comovemos perante a chapa radiográfica que acusa a presença de moléstia insidiosa em determinado órgão, predispondo-nos à simpatia pelo doente, e quase nunca refletimos na gravidade do processo obsessivo, por enquanto inauscultável pela perquirição humana, a destruir as melhores possibilidades da criatura. 4 Semelhante anomalia jaz, muitas vezes, enquistada na constituição psíquica do enfermo, alentando-lhe a ligação com as regiões inferiores e dele fazendo um agente movimentado das inteligências que operam no lado negativo da evolução.
5 Muito mais do que podemos supor, somos defrontados, no Plano físico, pelos irmãos dominados por elementos vampirizadores, seja por um minuto, uma hora, um dia ou longo tempo.
6 A própria sabedoria popular já alcançou intuitivamente o problema, definindo a pessoa, transitoriamente sem o controle de si mesma, como sendo alguém que terá entrado, sem perceber, num momento infeliz. 7 Meditemos, não somente nisso, mas, de igual modo, na condição mediúnica de que todos somos portadores, nas faculdades do Espírito, quando essa condição sem disciplina e esclarecimento se vê presa, de repente, num círculo magnético de aguilhões constrangedores.
8 Muitos crimes se cometem e muitos desastres se verificam, unicamente por falta de alguém, com bastante capacidade de entendimento, para levantar o dique do amparo fraterno, ante as arrasadoras projeções do mal.
9 Pensa em torno disso e ajuda, onde raros irmãos, até agora, conseguem suficiente visão íntima para a prestação de socorro que se faz necessário.
10 Se já compreendes o poder da hipnose sobre as criaturas que ainda não se ajustaram às leis da vida mental, ergue a muralha defensiva da bondade e da compreensão, do silêncio ou da prece, à frente dos companheiros que a ira ou a inconformação coloca em desgoverno sentimental!… 11 Ninguém consegue calcular os estragos do incêndio, causado por mera faísca atiçada pelo descuido, tanto quanto ninguém consegue avaliar a colheita de bênçãos que fluirá de um simples gesto de auxílio, revestido de amor.
Emmanuel